Há uma semana, que se cumpriu ontem, a Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) a cuja direcção nacional tenho a honra de presidir, assinou no Algarve, mais precisamente em Lagoa, no decorrer de um seminário nacional de mediadores imobiliários ali organizado, um protocolo que define as condições e fixa os procedimentos para o acesso, por via electrónica, das empresas de mediação às informações que legalmente carecem sobre os imóveis cuja transacção estão a mediar.
Este protocolo, assinado entre a APEMIP e os institutos das Tecnologias de Informação na Justiça (ITIJ) e dos Registo e Notariado (IRN) é um salto qualitativo, dado no âmbito dessa revolução silenciosa que se chama “SIMPLEX”, mas não é um privilégio corporativo, sendo, pelo contrário, uma condição nova, capaz de contribuir para o desenho dos novos paradigmas que a nossa actividade profissional procura.
É também algo, como tive oportunidade de referir numa intervenção que proferi no seminário de Lagoa, que nos assenta, com justiça, como uma luva, pois somos, passe a imodéstia, verdadeiros provedores do público consumidor e as mais puras testemunhas da autêntica formação das vontades em matéria de transacções imobiliárias.
É que esta nova ferramenta torna a mediação imobiliária mais disponível para desenvolver tarefas que também lhe competem, entre as quais a do esforço de captação de investimento estrangeiro pela via do imobiliário, condição indispensável para a retoma e para a convocação da esperança e da confiança nos mercados que a própria retoma também implica.
No Algarve, onde este ano assinalámos a nossa “rentrée”, num Algarve que continua a ser um destino turístico de excelência, que pode e dever concorrer e ombrear com muitos dos destinos badalados, mas menos sustentados, do Sul da Europa, vimos que o mercado imobiliário que se cruza com o turismo residencial de qualidade está, felizmente, longe da enorme depressão de que falam os mais pessimistas e pode começar a recuperar com mais força, desde que incentivado e acarinhado a tal.
Na sua histórica “rentrée” deste ano, a APEMIP não foi ao Algarve só para assinar dois protocolos muito importantes, o segundo dos quais, recorde-se com o Instituto Superior Afonso III, onde se ministra a primeira licenciatura em gestão e mediação imobiliária. Na “rentrée” deste ano, a APEMIP foi também rever a lição, há muito conhecida, que diz que as dificuldades se contornam quando enfrentadas com frontalidade.
Publicado dia 29 de Agosto de 2009 no Jornal de Notícias