A propósito de uma conferência que a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) organizou no Porto (sob o lema ”O Mercado Angolano da Construção, Construir Oportunidades, Cimentar Parcerias”), disse e escrevi, com toda minha convicção, que é imperioso retornar a Angola.
Não apenas – volto a reafirmar – por estarmos a viver em Portugal, na Construção e no Imobiliário um período menos bom para o crescimento e para o desenvolvimento da Economia Portuguesa, mas porque Angola quer esta reaproximação, uma reaproximação que devemos acarinhar, pelo menos em nome da nossa cumplicidade linguística.
Em Angola, a construção e o imobiliário assumem pesos significativos para o PIB angolano e para a promoção do emprego, num mercado muito atractivo e de grandes potencialidades. Por outro lado, o passado que une os dois países, nas diferenças e no multiculturalismo entretanto identificados, oferece enormes vantagens a qualquer parceria luso angolana.
Isto mesmo tenho comprovado no excelente relacionamento que tenho mantido com o presidente da Comissão Nacional (angolana) dos Projectistas de Obras Públicas, Empreiteiros, Industriais de Construção Civil e Fornecedores de Obra (CONICLE), Eng Luís Filipe, meu interlocutor privilegiado no relacionamento com Angola, no quadro de uma cooperação que, a nível institucional, se pretende também alargada ao Brasil com a possível criação de uma Federação Internacional de associações relacionadas com o sector imobiliário.
Angola será, seguramente, um dos próximos destinos da diplomacia económica que a APEMIP tem vindo a exercer, na promoção externa do imobiliário português, um esforço, assumidamente, indispensável para o relançamento do sector e da própria Economia que, no caso, por força da nossa língua comum, se torna muito mais fácil de concretizar.
Angola volta a ser um bom destino e não, exclusivamente, para quem quer vender a sua força de trabalho. Há, na sociedade angolana que se desenvolve ao ritmo das suas enormes potencialidades, condições para que se estabeleçam pontes capazes de unir os interesses comuns de quem aposta em investimentos sérios.
Se é certo, como cantava e confessava Pessoa, que a Pátria é a nossa língua, então a Pátria de quem fala Português alarga-se a vários continentes, da Europa à América do Sul, de África à Ásia, na vocação universal de quem ensaiou, nos idos de quinhentos, a primeira concepção de globalidade, já então marcada pelo Mundo dos negócios.
Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP
Publicado dia 16 de Dezembro de 2009 no Público Imobiliário