A indonésia ilha de Bali fica quase encostada à ilha de Java, separadas por um estreito com menos de três quilómetros. E a Leste de Java fica Krakatoa, a ilha que, em parte, se afundou pela fúria do vulcão homónimo, um vulcão que em 1883 matou mais de 30 mil pessoas. A violência da Natureza foi tal que – diz-se – um navio de guerra terá sido colocado numa montanha a três quilómetros da sua localização inicial, no mar.
Por estas paragens, onde estou a participar num Congresso Mundial Imobiliário, por estas paragens – e apesar dos registos de acidentes naturais violentíssimos, as populações procuram viver em harmonia com essa mesma Natureza, que é sempre mãe, mesmo quando se manifesta com a fúria do Krakatoa, cujas cinzas vulcânicas perturbaram o Mundo inteiro, durante meses.
O culto da água, que localmente tem séculos, e possui antiquíssimos palácios ditos em honra da água, inspira SPAs que são autênticas catedrais em honra da Natureza e exemplos eloquentes das potencialidades que o turismo gera à fileira da Construção e do Imobiliário, sem comprometer a perspectiva de desenvolvimento sustentado que deve presidir a qualquer “resort”.
Neste Oriente, acredita-se que os seres humanos precisam da protecção das virtudes que se desenvolvem com a inteligência, com a amizade, com a força e com a poesia, e que, é esta harmonia o que faz com que saibamos purificarmo-nos e rejuvenescermo-nos, pela água, como serenamente se sugere nesta reinvenção dos banhos romanos que são os modernos SPAs, espaços que adquiriram o nome formado pelas iniciais da expressão Sanitas Per Aquas, isto é, Saúde pelas Águas.
É neste ambiente de serenidade e de harmonia, que começa a perceber-se, pelo menos aparentemente, em Singapura (uma das escalas mais habituais para quem, vindo do Ocidente, atravessa meio Mundo e quer aqui chegar), é neste Oriente contido, delicado, mas que também pode ser violento, que descobrimos, até em contexto de negócios, que o ritmo que nos serve a todos, é o que definimos à medida do Homem.
Descobrindo, no caso da delegação portuguesa que está a participar do 61 º congresso Mundial do Imobiliário, que hoje termina em Bali, que os nossos mais eficazes e especiais embaixadores são, por estes dias, os famosíssimos José Mourinho e Cristiano Ronaldo, dois exemplos de tenacidade e rasgo que eu gostaria pudessem servir de inspiração para outros portugueses à procura de sucesso no estrangeiro.
Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP
Publicado dia 28 de Maio de 2010 no Diário de Notícias