O Eng. Fernando Santo, bastonário da respectiva ordem de 2004 a 2010, discursando no Seminário Nacional que a Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) organizou no Salão Imobiliário de Portugal (SIL2010), advertiu todos os presentes para a necessidade de optarmos, claramente, pela Reabilitação Urbana – é que tão cedo não teremos outro comboio onde possamos embarcar rumo ao crescimento e desenvolvimento económicos.
Ao lado de Fernando Santo, a arquitecta Helena Roseta e o Prof. Dr Sidónio Pardal reforçaram ideias semelhantes num debate subordinado ao tema “Requalificar, Reordenar, Reabilitar”, três erres que Helena Roseta sintetizou num único, no erre de repovoar, relevando não apenas os aspectos físicos e técnicos da reabilitação mas também os aspectos sociais, culturais e económicos destes projectos.
Este olhar plural sobre esta realidade da reabilitação e regeneração urbanas, realidade sempre presente na intervenção de agenda da APEMIP, mereceu o elogio expresso do Prof. Dr. Sidónio Pardal, docente da Universidade Técnica de Lisboa, para quem ainda há muitas arestas a limar, até em organismos oficiais, antes que o comboio da reabilitação urbana ganhe a velocidade que se deseja.
Voltando à intervenção do Eng. Fernando Santo, relevo a ideia de que “o crescimento da economia passa pela recuperação do sector da construção, através da requalificação das cidades e da reabilitação dos edifícios, o que leva à dinamização da economia, ao crescimento do PIB e à diminuição do desemprego”.
Só neste quadro, com as medidas adicionais conhecidas no tocante à celeridade da Justiça para os despejos óbvios, e numa melhor Justiça fiscal para os rendimentos, é que poderá vislumbrar-se alguma dinamização do mercado do arrendamento. Enquanto, como sublinhou Fernando Santo, continuar a existir mais vantagens em construir de novo do que em reabilitar, este projecto chave não avançará.
Esta mudança de cultura, de mentalidades, é fundamental nesta área da Reabilitação Urbana, mas até no negócio dos bancos, na área do financiamento, como também sublinhou o Dr. Pedro Megre, Director-Geral da UCI, em Portugal, e outro dos oradores deste Seminário, que também contou com, o já habitual, contributo do Gabinete de Estudos da APEMIP, no caso através da presença e intervenção do Dr. Manuel Braga.
Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP
Publicado dia 29 de Outubro de 2010 no Jornal de Notícias