Às vezes, podemos descobrir potencialidades económicas num verso de um poeta que sinta a terra onde nasceu e renasceu como poucos. Às vezes, a leitura de um poema é quanto baste para que transformemos uma pátria diferente num destino atractivo.
Eu, que ainda não conheço Moçambique, vejo essa terra do Índico, que os seus naturais chamam pérola, pela palavra de José Craveirinha, poeta maior da Língua Portuguesa, que, num verso de um dos seus poemas mais conhecidos, remete-nos para “as noites mornas da praia da Polana”.
Uma memória que ganha forma, segundo o poeta, mesmo quando os nossos olhos estão “incendiados nos poentes do Mediterrâneo”, poema que é um cartaz turístico de Moçambique, como poucos, e que sendo um cartaz turístico, é também uma sinalética a indicar destinos velhos/novos para o imobiliário.
Nestas vésperas da reunião da Primavera da Confederação do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP), encontro que definirá a agenda e a estratégia da confederação para 2011 e que também ratificará a entrada de novas associações empresariais, de Cabo Verde e de Moçambique, só posso saudar entusiasticamente estas chegadas.
Este vasto mercado imobiliário, que temos vindo a unir dentro do universo lusófono, vai ganhando territórios e vai afirmando-se no cimento da Língua de Craveirinha, que é a mesma de Pessoa, como uma reinventada Pátria de negócios que encerra forças suficientes para relançar as várias Economias que nela vivem.
Luís Lima
Presidente da APEMIP
Publicado dia 16 de Março de 2011 no Diário Económico