Na presente situação, nesta antecâmara recessiva em que a Europa se move, com todos os efeitos colaterais nefastos que qualquer recessão sempre provoca, retirar o peixe e cana de pesca é a morte anunciada na nossa Economia.

A ausência de financiamento adequado às necessidades das empresas pode custar o próprio relançamento da nossa Economia e pode comprometer a urgente tarefa da recuperação. O equilíbrio das contas não pode ser feito à custa de tratamento que nos está a deixar tão fracos que tememos morrer da cura.

Vivemos, de facto e como tenho dito repetidas vezes, um quadro económico em que o estancamento da torneira de crédito pode ser fatal para muitas empresas, pequenas e médias, com enorme viabilidade, até mesmo com perspectivas de exportação, mas sem condições para desenvolverem os negócios que as viabilizam e viabilizam a Economia nacional.

Algo terá de compensar o anunciado cancelamento dos investimentos públicos e até a redução dos salários, medidas que terão, inevitavelmente, um impacto, pela negativa, no consumo, como acontece no já visível abrandamento da procura interna, a reflectir-se em toda a actividade económica. 

E esse remédio só pode ser, sem dúvida alguma e no presente momento, a adopção de um qualquer plano B, de emergência, para o financiamento vital das empresas portuguesas, em especial das pequenas e médias empresas, um dos esteios da manutenção do emprego.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

 

Publicado no dia 14 de Novembro de 2011 no Jornal i

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