A poucos metros da famosa pala do Pavilhão de Portugal, uma gigantesca folha de betão desenhada pelo arquiteto Siza Vieira e concretizada pelo engenheiro Segadães Tavares, vai decorrer a 5 de Junho, no Pavilhão Atlântico, numa iniciativa da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), o 1º Encontro Nacional do sector, organizado por esta estrutura empresarial de cúpula.
O local deste encontro, um dos mais emblemáticos do país e uma das novas centralidades da cidade de Lisboa, é um dos espaços onde melhor se vê o papel fundamental que o sector do Imobiliário e da Construção desempenha em Portugal. Ali, uma das mais esquecidas e envelhecidas zonas da cidade transformou-se, com obra pública e com construção privada, numa das urbanizações de referência da capital.
O estuário do Tejo ajuda e a ponte de Vasco da Gama, uma das maiores da Europa e do Mundo com os seus quase dezoito quilómetros de extensão, dez dos quais sobre as águas do rio, é outro bom exemplo da força da obra construída e da importância que o património construído ganha na qualificação e na requalificação das cidades e das nações.
É inegável (no passado, como no presente e no futuro) o papel determinante deste sector como fator impulsionador do desenvolvimento sustentado da economia. E esta evidência justifica plenamente que o imobiliário assuma a sua força, mostrando-se insubstituível, até mesmo e principalmente, num contexto desfavorável como o que vivemos.
O peso do sector no investimento, no PIB e na manutenção do emprego, seja do emprego especializado seja do emprego menos qualificado exige outro olhar por parte dos poderes, nomeadamente um olhar mais atento e mais estratégico capaz de descobrir como o imobiliário e a construção podem e devem contribuir para inverter a tendência da nossa realidade económica.
No contexto bem difícil que Portugal atravessa, o imobiliário e no imobiliário, a Reabilitação Urbana com as suas íntimas ligações ao Mercado do Arrendamento Urbano é, como tenho repetido, um dos raros comboios em que podemos embarcar para contribuir eficazmente para a agenda de crescimento que, reconhecidamente, Portugal e a Europa não podem deixar passar.
Este primeiro encontro nacional organizado pelo CPCI irá divulgar amplamente e de forma clara que a captação de investimento, nacional e estrangeiro, para este sector é um desafio estratégico que pode oferecer segurança a quem investe garantindo um crescimento vital para a nossa Economia. Saibamos nós ver este universo para lá do nevoeiro que esconde horizontes e para lá de alguns constrangimentos que possam toldar a nossa razão na hora de refletirmos sobre o nosso futuro.
É isto que iremos, seguramente, debater no encontro do próximo dia 5 de Junho, a poucos metros da famosa pala do Pavilhão de Portugal, cinco dias antes do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades e quatro dias antes da nossa estreia, em jogo contra a Alemanha, a decorrer na cidade ucraniana de Lviv, e a contar para o Campeonato Europeu de Futebol que decorrerá na Polónia e na Ucrânia.
Reanimar o sector imobiliário é um dos próximos desafios de Portugal.
Luís Lima
Presidente da APEMIP
luis.lima@apemip.pt
Publicado no dia 16 de maio de 2012 no Público