Continuam por cumprir as promessas que anunciaram para breve um maior financiamento da Economia em geral e das pequenas e médias empresas em particular, financiamento unanimemente considerado indispensável para garantir liquidez e condições de uma real dinamização da economia.

A contração do crédito gera falta de liquidez na Economia e, consequentemente, mais condições para que a recessão se instale entre nós. Na hora da crise, a banca beneficiou de apoios públicos muito favoráveis, sendo expectável que isso se traduzisse em mais financiamento para a atividade empresarial.

Em causa já não estão apenas as dificuldades de tesouraria para comprar a matéria-prima necessária às encomendas existentes. Em causa está, nomeadamente em momentos mais apertados como são os do retomar da atividade após o tradicional mês de férias, a própria viabilidade das empresas.

Muitas das pequenas e médias empresas de Portugal, que asseguram mais de dois milhões de postos de trabalho, conhecem, no final dos meses de férias de Verão, dificuldades acrescidas que se traduzem no flagelo dos salários em atraso ou na inevitabilidade da falência com todas as consequências inerentes.

Esta realidade, muito dependente da facilidade ou da dificuldade em aceder ao crédito, pode custar o próprio relançamento da nossa Economia, comprometendo a nossa urgente necessidade de recuperação e a viabilidade de muitas empresas, entre as quais as mais recentes que são também as que mais remam contra a maré.

Destas, as pequenas empresas são quase sempre as que assumem a maior responsabilidade em manter uma das traves mestras da nossa Economia, garantindo um volume de emprego mínimo necessário ao equilíbrio da nossa vida social, num esforço muito mais evidente do que o evidenciado pelos grandes grupos que redimensionam frequentemente e em baixa os respectivos recursos humanos.

É bom não esquecer que entre as funções sociais das empresas figura, a par da criação de riqueza, a criação de novos postos de trabalho, função que implica a possibilidade de se poder aceder ao financiamento normal, em condições normais e sem restrições cegas como as que teimam em manter-se.

Como li numa balaustrada de madeira de um estaleiro de obras, FMINANCIAMENTO PRECISA-SE. E de que maneira.

Luís Carvalho Lima
Presidente da APEMIP
luislima@apemip.pt

Publicado dia 18 de Agosto de 2012 no Jornal de Notícias

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