Chama-se Dakota por ter sido construído tão longe da cidade de Nova Iorque que os nova-iorquinos diziam ser já no Dakota do Norte, um estado que faz fronteira com o Canadá. Hoje é um edifício emblemático de Manhatan, na esquina da Rua 72 com o Central Parque, onde viveram nomes famosos dos Estados Unidos, onde viveu e morreu Jonh Lennon e onde Portugal tem um apartamento devoluto, em tempos residência do cônsul-geral do Portugal.

O nosso apartamento no Edifício Dakota está à venda. É um dos vários imóveis que possuímos no estrangeiro e  que o Ministério dos Negócios Estrangeiros, sob a orientação de Paulo Portas, está a tentar passar a patacos. Tive conhecimento desta joia do imobiliário na minha última passagem por Nova Iorque, no regresso de uma convenção da NAR, a grande associação americana das empresas do imobiliário, quando fui recebido por Rui Boavista Marques, delegado da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) para a América do Norte.

Rui Boavista Marques, que abriu de propósito para me receber, em dia feriado nos Estados Unidos da América, o escritório da delegação da AICEP em Nova Iorque, foi a primeira pessoa que me falou nessa propriedade imobiliária, sublinhando uma evidência – se tal  apartamento não está a ser utilizado nem há perspectivas de que tal venha a suceder, o melhor é vendê-lo, tarefa que não é assim tão fácil pois os eventuais interessados na compra terão de receber prévia luz verde dos condóminos do Dakota.

O nosso apartamento no Edifício Dakota em Nova Iorque será, num leque recente de sete propriedades no estrangeiro, a que mais contribuirá para um esperado encaixe financeiro superior a 22 milhões de euros, verba a que deverá somar-se uma poupança de mais de trezentos mil euros anuais em despesas de manutenção dos sete edifícios do primeiro lote à venda – o Dakota e mais seis , dois imóveis em duas cidades francesas, um outro em Washington , um em Bruxelas, o quinto em Haia e o último no Rio de Janeiro. Não é muito mas é poupar na despesa por uma via diferente.

Felizmente que esta operação de venda do património desativado não será concretizada pelo recurso a instrumentos comerciais que só favorecem quem está interessado em comprar e raramente quem vende – já que temos de vender os anéis para salvar os dedos ao menos que o façamos ao melhor preço. No Dakota Norte, em Nova Iorque, em Paris, em Lisboa ou noutra qualquer localização.

 

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 12 de outubro de 2012 no Sol

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