Dois dos sectores que maiores quebras registaram em 2012, no que toca à perda de postos de trabalho – Construção com 25,6% de desemprego e sector da Banca e dos Seguros com 11% – confirmam que os despedimentos vão continuar em 2013.
Estes números, obtidos pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) através de inquéritos, estão a ser divulgados pelos órgãos de comunicação social e referem que 42% dos empresários da Construção e 40% da banca e dos seguros admitem continuar a despedir no presente ano.
O aumento do desemprego é sempre muito preocupante, mas no sector da Construção recai em grande parte sobre trabalhadores de formação profissional estreita, o que significa sem grande capacidade, nem idade, para tentar emprego noutros sectores, muito menos em tempo de crise.
Acresce que as adiadas e tímidas dinamizações dos mercados da Reabilitação e do Arrendamento Urbanos, áreas onde há margem de crescimento sustentado, podem assumir-se como vetor para travar o desemprego, o mais sentido dos problemas dos portugueses.
A perspectiva de progresso a longo prazo, citando John Keynes, em citação usada pelo ministro Álvaro Pereira em livro escrito antes de ser ministro, “não ajuda quem sofre a curto prazo, com o aumento do desemprego, com a diminuição da produção das empresas ou com a subida do custo de vida”.
Nenhum futuro tem futuro à custa do presente. Daí a urgência dos apoios para a indústria, para os inovadores e para os sectores em mais dificuldades. A chamada agenda do crescimento que também só terá êxito se houver crédito e se o sector da financia e dos seguros não se enconchar.
Luís Carvalho Lima
Presidente da APEMIP e da CIMLOP –
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
luislima@apemip.pt
Publicado dia 09 de fevereiro de 2013 no Expresso