Em Junho de 2010, os ministros da União Europeia com responsabilidades sobre as  gestão das cidades aprovaram na cidade espanhola de Toledo, uma declaração de intenções, conhecida pela Declaração de Toledo, que preconiza um desenvolvimento urbano inteligente, verdadeiramente sustentável e socialmente inclusivo, capaz de tornar as cidades europeias mais competitivas e mais vocacionadas para proporcionar bem-estar a quem nelas já vive sem hipotecar o bem-estar dos cidadãos vindouros.

Esta declaração de intenções, que tanto interessa a Portugal, cujas cidades foram durante tantos anos abandonadas a uma degradação lenta, foi há dias lembrada pelo meu amigo e presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) no discurso que proferiu na assinatura de um Protocolo de Cooperação entre a CPCI  e a Associação Industrial Portuguesa (AIP), protocolo que teve como testemunha qualificada o Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Dr. Sérgio Silva Monteiro.

Este Protocolo de Cooperação, muito virado para a Reabilitação Urbana e para a Internacionalização está na linha do  “Compromisso para a Competitividade Sustentável do Sector da Construção e do Imobiliário”, que a própria CPCI assinou com o Governo no passado dia 8 de março e reafirma uma verdade inquestionável – que a Reabilitação Urbana é um dos comboios em que a nossa Economia deve embarcar não apenas para relançar a própria Economia, estancando e invertendo muito do desemprego existente, mas principalmente para assumir responsabilidades éticas relativamente a todos aqueles a quem vamos deixar em herança as nossas cidades.

Com uma casa cheia de empresários – muita gente e gente muito qualificada como reconheceu o Dr. Sérgio Silva Monteiro ao falar na sede da  Associação de Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) – o Secretário de Estado das Obras Públicas reconheceu que o sector espera e merece melhores condições para poder desempenhar o papel que lhe cabe na reconstrução do país, justificando o atraso nas promessas desejadas com a inevitabilidade dos ajustamentos que a Economia portuguesa, no seu todo, exigiu.

Mas como disse e bem o Eng.º Manuel Reis Campos o sector, como todo o país, não pode esperar muito mais pela promessa de mais Economia, seja aproveitando os fundos do próximo quadro de apoio comunitário, a vigorar até 2020 e a contemplar precisamente as preocupações que envolvem as questões relacionadas com a regeneração dos espaços urbanos e a própria Reabilitação Urbana das nossas principais cidades, seja pela adoção de uma efetiva política de apoio à internacionalização, também importante no presente contexto.

Está é, aliás, a principal mensagem desta jornada da CPCI, subordinada ao tema “As Empresas e a Regeneração Urbana, oportunidades, desafios e financiamento”, um seminário que, por coincidência decorreu no primeiro dia de Primavera deste ano de 2013, um tempo que é, como sempre foi, um tempo de esperança e de renovação da vida.

Luís Lima
Presidente da APEMIP e da CIMLOP – 
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
luis.lima@apemip.pt

Publicado do dia 29 de março no Sol

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