A Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), associação a que presido, aprovou por larga maioria, em Assembleia Geral realizada em Lisboa no passado dia 27 de Junho, o relatório e as contas de 2012 bem como o plano de atividades para 2013.
Esta aprovação foi tanto mais significativa quanto ocorreu numa Assembleia Geral que poderia ter sido condicionada por alguma desinformação lançada, com apoios externos, por um pequeno grupo de associados militantemente empenhados em fazer regredir a APEMIP ao tempo de um associativismo corporativo, a meu ver ultrapassado e desadequado.
Sem querer trazer para a Praça Pública o que deve ser interno, mesmo que outros o tenham feito, felizmente a gerar um esmagador repúdio por parte da Assembleia Geral da APEMIP, aproveito este incidente para refletir sobre as várias visões empresariais que, em última análise, confrontam-se na nossa sociedade.
Refiro-me a uma visão empresarial, global e empenhada, que atribui às empresas a matriz própria dos parceiros sociais empenhados no esforço de recuperação da nossa Economia (opção que considero mais vantajosa para todas as empresas) em oposição aos velhos conceitos corporativos empresariais que só olham para o deve e o haver imediatos, às vezes até contra o próprio público consumidor.
Em momentos de desespero, as conceções corporativas do passado surgem como uma espécie de ilusória tábua de salvação para quem julga poder salvar-se sem ter em linha de conta o momento que todos vivemos e aquela necessidade imperiosa de termos de manter um olhar global sobre a nossa sociedade e sobre a nossa Economia.
Sem esta maneira de assumir o associativismo empresarial, opção que eu considero lúcida e necessária, poderá haver, por exemplo, quem olhe, até de boa fé, para uma estratégia de internacionalização da Economia e a condene pela simples circunstância de não estar a receber clientes estrangeiros, como se isso fosse automático e imediato ou como se o papel das instituições, incluindo as empresariais, se limitasse a ser o de um comercial.
Há, realmente e como há muito tempo venho alertando, um défice de formação, também no mundo empresarial que, a meu ver, justificaria que a própria formação, entre nós, fosse mais imperativa.
Luis Lima
Presidente da APEMIP
luis.lima@apemip.pt
Publicado no dia 06 de Julho de 2013 no Jornal de Notícias