Os erros só se tornam irreversivelmente imperdoáveis quando perdemos a capacidade para reconhecer que erramos e, pior, quando recusamos a única atitude inteligente numa situação desta natureza – emendar o que entretanto já se revelou errado.

Agir assim, apaticamente, é quase tão mau como desistir, deixar cair a toalha numa atitude de resignação. Às vezes esta parece ser a atitude mais cómoda, eventualmente mais confortável,  mas é uma das que destrói qualquer réstia de esperança.

Nem todos aqueles que defendem uma vida mais austera, uma vida espartana, estão necessariamente errados. Como igualmente não estão errados todos os que reclamam a urgência de uma agenda de crescimento. Posições menos antagónicas do que parecem.

Perder o crédito de confiança é a maior perda. Especialmente num país que apresenta uma dívida pública elevada e mostra alguma dificuldade de financiamento e de acesso aos mercados onde se compra e vende títulos de dívida. 

Se neste contexto privilegiamos o que nos divide facilitando um ambiente propício ao desânimo e à apatia que marca e é sintoma de depressão, contagiando os próprios mercados, o nosso futuro fica mais comprometido.

Quando a nossa vontade de desistir cresce, a nossa Economia em vez de recuperar afunda-se e tudo, realmente tudo, fica adiado agravando uma espiral de desesperança que se traduz, na linguagem fria dos economistas, em espiral recessiva.

Pior do que fazer uma travessia num deserto, sem ter alguma reserva de água e sem um bom sentido de orientação, é iniciar essa caminhada com a convicção de que dificilmente a conseguiremos superar como é o nosso dever.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 13 de Julho de 2013 no Expresso

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