A inversão da tendência do nosso Produto Interno Bruto (PIB), que vinha caindo sucessivamente nos últimos dez trimestres, retira-nos do indesejável cenário da recessão mas, mais importante do que este decisivo resgate, acende uma luzinha de esperança indispensável para potenciar todas as sinergias que temos de convocar para a nossa recuperação económica.

A progressão no sentido positivo de 1,1% que se registou no nosso PIB durante o segundo trimestre de 2013 é ainda uma luzinha trémula insuficiente para que possamos abrandar esforços e, muito menos, para que possamos descurar os cuidados que são necessários para a proteger e evitar que tal esperança volte a apagar-se.

Esta trémula luzinha que se acendeu na longa noite de tempestade que nos assola há quase mil dias resulta do aumento das exportações, em parte potenciado pelos produtos petrolíferos da GALP, de uma visível quebra na tendência para a diminuição do investimento e de um ligeiro alívio na austeridade imposta ao mercado interno.

Também o desemprego, por razões que podem ou não estar relacionadas com este comportamento do PIB, desceu, embora se mantenha em níveis elevados e preocupantes. Mas uma descida é uma descida e pode ser lida como mais um sinal de esperança que devemos igualmente defender com os cuidados de quem defende uma luz trémula numa tempestade.

Sabemos que este alívio não é suficiente e que o ano continuará a ser de aperto, de menor procura interna e de ainda muito desemprego. Mas a esperança que se acendeu com aquele alívio de 1,1% tem um valor subjetivo incalculável que não podemos nem devemos ignorar.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 24 de Agosto de 2013 no Expresso

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