Os preços do imobiliário em Portugal, como na Alemanha e na Irlanda, são muito competitivos e estão ainda em baixa, apesar da tendência para a necessária valorização, ao contrário do que acontece em muitos outros países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Esta opinião está expressa num estudo da própria OCDE onde, por exemplo, é revelado que os preços das casas no Reino Unido estão demasiado elevados, tal como os dos mercados imobiliários da Nova Zelândia, da Austrália, do Canadá, da França e da Noruega.

Este amplo estudo sobre as perspetivas económicas na OCDE está virado para fornecer aos potenciais investidores informações sobre onde procurar imóveis baratos e sobre os países onde o imobiliário está inflacionado.

É curioso referir que o estudo foca o mercado imobiliário espanhol, onde centenas de milhares de britânicos têm casas de férias, classificando-o como um mercado sobrevalorizado, apesar dos preços continuarem a cair.

Neste estudo muito fiável,  comparam-se os preços do mercado imobiliário com os preços dos salários médios, projectando esta relação a médio prazo e avaliando em cada mercado o que a procura interna pode realmente suportar.

Com base nesta projecção a OCDE coloriu o mapa dos respectivos mercados imobiliários atribuindo a cor verde aos países onde vale a pena investir no imobiliário, a cor vermelha aos mercados a evitar e o laranja para os que estão no meio.

De acordo com este estudo, os preços das casas e o investimento em habitação estão a aumentar em mais de metade das economias da OCDE, destacando-se, na Europa, os aumentos de preços na Alemanha e na Suiça, bem como no Reino Unido, apesar deste mercado estar inflacionado, quer na compra quer no arrendamento.

O estudo da OCDE é mais uma confirmação para os recentes números do Eurostat, o gabinete comunitário de estatísticas, relativos aos preços das casas na Europa, números que relevam um comportamento muito positivo do mercado imobiliário português no quadro da Zona Euro e comparativamente a alguns mercados mais concorrenciais.

O imobiliário português afirma-se como uma oferta apetecível para a procura de muitos investidores tradicionais, estrangeiros ou nacionais, até comparativamente com outros mercados que sempre tiveram aquilo a que se chama uma boa Imprensa, ao contrário do nosso.

Em Portugal há uma valorização consistente do imobiliário, confirmando-se claramente artificial e provocada a desvalorização ocorrida no passado. Um comportamento muito estranho num mercado que não conheceu bolha imobiliária, e onde  a qualidade da construção sempre foi alta.

O desafio continua a ser o da nossa capacidade em promover esta nossa oferta de qualidade, uma oferta onde coexistem casas solarengas a Norte, quintas em regiões como a Demarcada do Douro, imóveis centenários em cidades com História e vocação turística como o são Lisboa e o Porto, além de centenas de quilómetros de praia em latitudes amenas.

Como sempre continuo a insistir.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 30 de maio de 2014 no SOL

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