Há dois anos, durante a edição de 2012 do Salão Imobiliário de Portugal em Paris, assinei, na minha qualidade de presidente da Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), um protocolo de parceria com o Syndicat Français de L’Immobilier (SNPI), a maior associação empresarial francesa do sector do imobiliário, protocolo que está já a dar frutos e que justifica o significativo reforço na cooperação entre as duas associações empresariais que está a verificar-se.
Estou a ser, neste mês de Junho, aqui em Portugal, um dos anfitriões do congresso anual da SNPI, que, por minha sugestão escolheu a cidade do Porto para a sua concretização. Um momento muito oportuno para cimentar a cooperação e o intercâmbio entre as duas associações, facilitando ainda mais o encontro entre as suas associadas no sentido da criação de uma rota de negócios luso francesa mais segura e transparente, através da troca de informação sobre os respectivos mercados e da promoção de encontros entre as imobiliárias de ambos os países.
Tal como tinha previsto em 2012, a França é hoje um dos países da Europa que melhor acolhe o processo de internacionalização do imobiliário português, reconhecendo que o nosso país, sem qualquer bolha imobiliária e com imóveis de muito boa qualidade, com grande destaque para as excelentes soluções de reabilitação, tem uma oferta competitiva junto de investidores estrangeiros.
Está previsto que o investimento directo estrangeiro no imobiliário português represente entre 1,5 a 2 mil milhões de euros, em 2014, valor ainda replicável nos efeitos positivos que gera noutros sectores a montante e a jusante do próprio imobiliário. A internacionalização deste sector tem a enorme vantagem das nossas “exportações” ficarem no país, atraindo para cá a procura e fazendo com que esta também contribua para a dinamização de outros sectores como a saúde, a hotelaria, a restauração, o turismo, para citar os mais óbvios.
O Gabinete de Estudos da APEMIP, como foi já tornada público, apurou que no primeiro trimestre de 2014 cerca de 3.500 cidadãos estrangeiros investiram no imobiliário português, representando este valor cerca de 14% do total de imóveis transacionados neste período. Os franceses estão entre os investidores que mais procuram o nosso mercado.
É bom que se reconheça que o Regime Fiscal para Residentes Não Habituais tem captado um largo número de investidores. Mais até do que o popular e mediatizado regime de autorização de residência para investidores de países terceiros. Hoje são os cidadão europeus, com os franceses e os ingleses no topo, quem mais procuram Portugal.
Mais do que uma moda, o imobiliário português tem vindo a impor-se como um refúgio seguro para quem quer investir sem sobressaltos e como uma condição muito favorável, incluindo na relação preço / qualidade, para quem olha para Portugal como um dos países da Europa mais amenos e mais acolhedores para os estrangeiros que procuram locais serenos para viver. É o caso de muitos franceses que estão a descobrir Le Portugal.
Luis Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com
Publicado no dia 02 de junho de 2014 no Jornal i