Volto hoje ao tema da promoção de Portugal também através da promoção do património imobiliário construído, uma das nossas marcas civilizacionais mais evidentes em todos os tempos e aquela que em Portugal oferece oportunidades únicas para potenciar o crescimento da nossa Economia, numa perspectiva de desenvolvimento sustentado.
O imobiliário português construído, mesmo aquele que carece de obras de reabilitação, nomeadamente nos centros urbanos, é visto por investidores estrangeiros, lúcidos e atentos, como um refúgio seguro para investimento, e é hoje uma saída viável para a tarefa de inverter as atuais tendências na nossa Economia.
Como não me canso de sublinhar, a Reabilitação Urbana, ligada ao Turismo Residencial, é uma das bandeiras do sector que eu próprio promovo na divulgação desta nossa oferta, nomeadamente no estrangeiro, onde as possibilidades de captar investimento direto para o sector são mais exequíveis por razões evidentes.
Os números de 2014 projetam, como já foi tornado público, a entrada de dois mil milhões de euros no nosso imobiliário, números que poderiam ser ainda mais expressivos, com todas as vantagens para a nossa Economia, se a nossa promoção externa fosse mais eficaz e, obviamente, mais apoiada.
Faço minhas as palavras do Senhor Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Dr. Luís Campos Ferreira, no Salão Imobiliário de Portugal, na recente edição de 2014, e do Senhor Secretário de Estado Adjunto e da Economia, Dr. Leonardo Mathias, no jantar de Gala da recente Reunião de Outono da Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP), ambos a reconheceram a urgência dessa promoção internacional e a justeza dos apoios que a tarefa exige.
Esta promoção é também essencial e cria condições, se tiver maior sucesso, para ajudar a corrigir erros do passado do ordenamento do território, para tratar uma parte significativa da degradação habitacional das últimas décadas e até para dotar a propriedade imobiliária de uma maior liquidez reafirmando-a assim como um destino para investimento ainda mais apetecível.
Este verdadeiro renascimento do imobiliário em Portugal pode ser, e é, uma oportunidade, talvez uma das últimas, para emendarmos expansões urbanísticas desregradas (como as que proliferaram em algumas periferias) que nada fizeram pela qualidade de vida das populações nem pela Economia do país, mesmo quando contribuíram para o respectivo crescimento.
Por tudo isto, a promoção do imobiliário de Portugal no estrangeiro pode ser muito mais do que apenas um meio para captar mais investimento externo direto – é também um grande empurrão para melhorarmos o nosso próprio reordenamento territorial, evitando a repetição de erros passados e olhando para a reconstrução das nossas cidades como uma segunda oportunidade para as próprias cidades enquanto lugares de excelência para proteger os cidadãos que as escolhem.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@apemip.pt
Publicado no dia 27 de Outubro de 2014 no Jornal i