A nossa recuperação económica também exige conhecimentos de Geografia. Temos de saber ler a cartografia dos nossos negócios, saber identificar destinos ou mercados que potencialmente podem estar interessados em procurar as nossas ofertas e saber estar nos sítios certos à hora certa para promover o que nos interessa.
Para que um encontro feliz entre a nossa oferta e a procura interessada possa acontecer, concretizando o momento do negócio que perseguimos num encontro entre quem, de muito longe, procura o que temos para oferecer, é preciso continuar a desenvolver uma forte e eficaz diplomacia económica.
O Brasil e a China, dois dos países cujas primeiras letras abrem e fecham a sigla que identifica os países de economia emergente – os BRIC – continuam a ser mercados onde devemos apostar na nossa promoção, nomeadamente na promoção do sector imobiliário. Aí há capitais interessados no investimento externo.
O investimento na “diplomacia económica”, que no caso do imobiliário passa por acções de citymarketing, é fundamental. Não basta que o sector imobiliário português seja credível e um mercado livre de bolhas e em valorização crescente. É preciso dá-lo a conhecer e mostrar como é competitivo.
Mas esta divulgação não pode nem deve esgotar-se nos BRIC que estão mais interessados em nós, como é o caso do Brasil e da China. Há no espaço europeu a que pertencemos mercados novos interessado no nosso imobiliário e mercados que importa consolidar, como é o caso do mercado francês.
Não me canso de dizer que a França tem vindo, há muito, a descobrir Portugal como um destino muito diferente daquele que povoava o imaginário dos franceses com poder de compra para investir no estrangeiro, quando, há meio século, julgavam o nosso país como exportador de mão de obra pouco qualificada.
Hoje, Portugal é, aos olhos de muitos franceses, um país seguro para investir, que oferece condições fiscais favoráveis aos cidadãos estrangeiros da União Europeia e também continua a oferecer qualidade de vida e paz política e social muito favoráveis se comparadas com outros destinos outrora muito procurados.
É bom não esquecer que um quarto da população francesa – cerca de 15 milhões de pessoas – é constituída por por seniores e profissionais liberais, uns e outros receptivos à ideia de encontrar uma segunda habitação fora da França, seja para gozar uma reforma num clima mais agradável e num país de custo de vida menos pesado, seja para continuar a desenvolver actividade, quando esta só depende das tecnologias de informação.
Tudo isto tem de continuar na ordem do dia das nossas preocupações e tudo isto tem de contar com o regresso eficaz dos grandes programas de promoção do nosso imobiliário como instrumento de captação de investimentos estrangeiros – os vistos Gold e o regime fiscal especial para residentes não habituais.
Não podemos descurar esta importante frente da nossa recuperação económica
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com
Publicado no dia 29 de Janeiro de 2016 no Sol