Hoje é dia de meias-finais no campeonato europeu de futebol que decorre em França. Logo à noite vamos jogar com o País de Gales, jogar “com” e não “contra”. As seleções nacionais de qualquer modalidade desportiva representam os respetivos países, com direito a que se toque os respetivos hinos antes do jogo, mas um jogo não é uma batalha entre onze guerreiros de uma nacionalidade e onze guerreiros de outra nacionalidade.
Os jogos que acabam empatados a zero que, por força dos regulamentos das provas, têm de ser decididos na marcação de penalties não são bons para o público, que gosta de ver o espetáculo dos golos, nem para os jogadores que vão para os penalties já cansados e sob natural pressão. Mas eu julgo que, por vezes, é melhor decidir nos penalties do que golear ou ser goleado.
Há portugueses e galeses que gostam de futebol e há portugueses e galeses que não gostam de futebol. Mas isto não impede que, independentemente do resultado de logo à noite, Portugal continue a ser um bom destino para cativar galeses e outros britânicos a que invistam no nosso imobiliário. Os estrangeiros que aceitam viver com os outros e com as suas diferenças serão sempre bem acolhidos.
O imobiliário também tem, históricamente, esta missão da inclusão. Nos Estados Unidos da América o acesso à habitação própria também contribuiu, e ainda potencialmente contribuirá, para combater racismos existentes na sociedade norte americana. Seria bom que o futebol pudesse também aproximar povos diferentes.
E seria bom até para esta nossa vocação, quase uma necessidade, de nos abrirmos ao investimento estrangeiro, o que aliás temos feito com bons resultados no mercado imobiliário, oferecendo segurança nos investimentos, qualidade na oferta e uma hospitalidade que tem muito a ver com a aceitação dos outros e com o cuidado que tentamos por na inclusão dos outros.
Claro que logo à noite eu ficarei naturalmente mais satisfeito se for a seleção de Portugal a que venha a apurar-se para a final do Euro 2016 marcada para o próximo domingo em Paris. Num desempate por penalties, preferencialmente no final de um encontro cheio de golos e com a emoção da incerteza.
Num jogo suficientemente correto para ser pretexto de aproximação entre portugueses e galeses. A mesma aproximação que faz com que o nosso imobiliário continue a ser visto, aos olhos de muitos, sejam da União Europeia, sejam de países terceiros, como um bom destino para investimentos. A mesma realidade que faz do nosso imobiliário um produto de exportação muito procurado no estrangeiro.
Estou sinceramente esperançado que amanhã e nos dias que se seguem, Portugal continuará a ser visto como um bom país para viver. O exemplo da claque da Islândia que celebrou, no estádio, com os jogadores, a pesada derrota que a França impôs à seleção islandesa é inspirador. Os islandeses saem do Euro claramente a vencer. Feitos assim também consolidam aquilo que dizemos quando falamos na magia do futebol.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
presidente@cimlop.com
Publicado no dia 6 de Julho de 2016 no Público