A mediação imobiliária, que contempla nas respectivas funções, a de provedor do público consumidor como testemunha da autêntica formação das vontades em matéria de transacções imobiliárias, deve caminhar para níveis de organização adequados e isso, a meu ver, passa pela criação de uma Ordem profissional.

Hoje, quando temos a possibilidade de  acesso rápido e directo, via internet, a todas as informações das Conservatórias e das Finanças referentes ao bem imóvel em mediação, graças às modernas tecnologias de comunicação e informação o desafio é o da maior responsabilidade.

A possibilidade de comprar e de registar uma casa na hora e com um único atendimento não constitui qualquer ameaça à segurança dos cidadãos. Estes avanços obrigam – isso sim – a uma maior responsabilidade que se alcança com auto-regulação.

Maior agilidade na atribuição de licenças de mediação imobiliária e maior agilidade em todos os actos necessários à concretização de uma transação imobiliária fazem aumentar – e muito – o grau de responsabilidade que nos cabe neste universo.

Pela situação que vivemos e pelas exigências inerentes, chegou o momento dos mediadores assumirem maior responsabilidade, num quadro de auto-regulação que se alcança com maior eficácia quando for constituida uma Ordem profissional para a classe.

Num quadro de uma Ordem, a indispensável formação contínua passará a ser um dos suportes desta actividade aumentando as garantias que podemos oferecer a quem nos procura, seja do lado da oferta seja do lado da procura.

Esta é a vontade da esmagadora maioria da classe e uma exigência devida a quem, afinal, vai ser responsável este ano de 2016 pela entrada de 3000 milhões de euros em investimento no mercado imobiliário português.

O reconhecimento da importância do nosso papel neste mercado vital para a recuperação económica do país há muito que passa por este desafio que, em tempos – reconheça-se – quando a formação profissional contínua era obrigatória chegou a ser lançado à APEMIP.

Nós estamos preparados para este salto qualitativo da auto-regulação, um upgrade que credibilizará o sector num momento muito importante para o mercado imobiliário português, a enfrentar o grande teste da reabilitação urbana e da renovação das cidades.

 

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 23 de Setembro de 2016 no Económico

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