Assumi recentemente, mais precisamente em janeiro deste ano, a responsabilidade de levar a cabo mais um mandato à frente da APEMIP – Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal. 

Reassumi uma vez mais este compromisso, porque enquanto dirigente associativo, tenho gosto e orgulho em desempenhar um papel em prol da classe que eu represento, do sector imobiliário e da Economia do País.

A minha chegada à APEMIP enquanto presidente, coincidiu com o período de crise económica que muito atingiu o sector imobiliário, e por conseguinte, os mediadores. Daí até aos dias de hoje, muitas lutas e batalhas foram travadas, num papel que muitas vezes se revelou algo solitário.

Recordo, por exemplo, a minha incansável defesa da inexistência de uma bolha imobiliária em Portugal, quando toda a gente dizia exatamente o contrário. O tempo deu-me razão, e hoje, felizmente, essa é uma das bandeiras que temos acenado fervorosamente nas ações de internacionalização que fazemos (internacionalização esta que também sempre defendi), ao lembrarmos que o nosso imobiliário é seguro e transparente, e que conseguiu passar ao lado de uma bolha imobiliária que afetou outros países Europeus.

O sector imobiliário deu a volta, numa segunda oportunidade que não podemos nem devemos descurar. Esta segunda oportunidade não foi apenas uma questão de sorte. É fruto de um trabalho contínuo, do qual, sem falsas modéstias, tenho consciência de que fiz parte.

Numa sociedade de consumo como aquela em que vivemos, as Associações têm o dever de desempenhar um papel ativo junto do poder político e das empresas, sendo a voz única de milhares de profissionais na representação dos seus interesses e defesa dos seus direitos. 

Não significa que esta voz seja sempre ouvida ou que seja tida em conta (por vezes infelizmente não é) mas é uma voz única, que pretende criar pontes.

Neste aspeto, tenho consciência que a APEMIP tem levado a cabo um papel importante na credibilização da mediação imobiliária, uma classe cada vez maior, com cada vez mais profissionais, e que, como tal, tem uma responsabilidade acrescida no nosso tecido social. 

O investimento imobiliário é cada vez mais relevante no panorama económico do País. Apesar de nem sempre ser visto com bons olhos, este sector tem contribuído para a recuperação económica e para a criação de emprego, e desta forma tem sido, sem sombra de dúvida, essencial para minimizar os impactos da crise.

Há cada vez mais e melhores profissionais, no País e além-fronteiras como muitas vezes tive o prazer de presenciar, ao cruzar-me com mediadores a levar a cabo verdadeiras ações de diplomacia para internacionalizar o imobiliário português.

Enquanto dirigente associativo, o meu papel é representar quem me elegeu para desempenhar este cargo. Lutando para falar a uma só voz, defendendo os interesses da minha classe, do meu sector e do meu País, através da criação de pontes que são de todos nós e que atravessam o mundo. 

Luis Lima
Presidente da APEMIP
luislima@apemip.pt

Publicado no dia 15 de Março de 2017 no Público

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