O que oferecemos a quem procura, em Portugal, os vistos Gold que lhes garantem uma autorização de residência com livre circulação na Europa comunitária é, essencialmente, a boa imagem de Portugal a par de algumas facilidades fiscais e a par de uma série de bons negócios específicos em mercados difíceis como o do imobiliário.

Uma das vias de atribuição dos vistos Gold, que este ano poderão render a Portugal investimentos na ordem dos 600 milhões de euros, é precisamente a aquisição de bens imobiliários no valor mínimo de meio milhão de euros. Mas tão ou mais importante do que o imóvel adquirido ou o rendimento que ele possa gerar, é possibilidade de poder residir no Portugal Europeu.

Um país inserido numa União cuja marca é a dos Estados Democráticos de Direito, onde a repartição de riquezas é suficientemente equitativa para evitar fossos sociais problemáticos e onde existe redes sociais estatais também suficientes para garantir a todos os cidadãos os mínimos para uma sobrevivência com dignidade.

É isto que torna atrativo o investimento VIP em Portugal. Os grandes investidores de países terceiros, mesmo de países com taxas de crescimento altíssimas, não descuram a possibilidade de apostarem em espaços que, mais cedo ou mais tarde, voltarão a ser marcantes no Mundo, também e principalmente pela constituição da pirâmide social.

Mas este cenário só será exequível se conseguirmos travar a tendência  preocupante para a diminuição do número de portugueses da classe média muitos dos quais a descer, envergonhadamente, para o patamar da pobreza. Se não travarmos este empobrecimento, a boa imagem de Portugal irá gradualmente perder e o país deixar de ser atrativo.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 30 de novembro de 2013 no Expresso

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