Um relatório do Programa para o Meio Ambiente das Nações Unidas (UNEP), elaborado e divulgado há cerca de dois anos, diz que uma boa arquitectura com sistemas de poupança de energia pode fazer mais pelo combate ao aquecimento global, do que as restrições de emissão de gases de efeito estufa definidas no Protocolo de Kyoto.

O relatório de 2007 preconiza a promoção de construções “mais verdes”, com a utilização eficiente dos materiais de construção e a adopção de esquemas de poupança de energia, dois vectores fundamentais para que se promova crescimento económico sem prejudicar o ambiente, num esforço, particularmente virado para as economias emergentes.

De acordo com o relatório, “a introdução de soluções eficientes de energia fará aumentar os custos das construções entre 3% e 5% “, mas, os benefícios resultantes de tais medidas são, incomparavelmente maiores para a Humanidade e para o Planeta Terra. O sector imobiliário pode ser uma das chaves do equilíbrio ecológico.

O simples uso de cortinas para evitar a entrada de luz solar nos climas mais quentes, aliado à opção de utilização de lâmpadas mais eficientes e à existência de melhor ventilação, pode ser três vezes mais eficaz do que as medidas preconizadas pelo Protocolo de Kyoto, no que toca à emissão de gases de efeito de estufa.

É por isso que, todos os incentivos que possam ser dados a quem construa de forma mais sustentada não são um custo, mas um investimento com retorno eficaz a médio prazo. É por isso que se torna urgente associar actividades emergentes no sector imobiliário, como as da reabilitação urbana, a medidas de poupança energética que devem ser claramente incentivadas.

O verde é, de facto, a cor do futuro. Se for de esperança o futuro que queremos erguer nas cidades de Portugal.

Luis Carvalho Lima,
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 7 de Dezembro de 2009 no Diário Económico

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