A defesa de um mercado imobiliário harmonioso não é uma reclamação ilegítima e irrealista, assumida corporativamente por um qualquer corpo profissional. Tal defesa é a decisão mais oportuna tendo em conta a urgência de recuperação económica do país.

No plano das decisões políticas com impacto no crescimento económico, Portugal está a chegar a uma verdadeira hora H, com reflexos neste sector, um momento sempre decisivo especialmente quando não há alternativas e, mais ainda, quando não podemos falhar a única oportunidade que ainda restará.

O dilema que se coloca, aqui e na Europa, é o que opõe a necessidade da adopção de políticas que visem o crescimento imediato à necessidade de impor regras rígidas que nos disciplinem a todos e ao défice das contas públicas, mesmo que tal nos condene à morte.

Os números mostram que os promotores imobiliários (e não apenas os particulares), também estão a entregar imóveis em dação para pagamento de débitos atrasados, num movimento que está a potenciar a desvalorização exagerada do nosso património construído.

Tudo isto exige que se ataque as verdadeiras causas deste fenómeno em vez de se optar por soluções que parecem simples e fáceis (recolocar a qualquer preço tais imóveis no mercado), mas podem gerar a desregulação do mercado acentuando ainda mais crise e o desemprego.

Se nesta verdadeira hora H para o sector não soubermos escolher o caminho certo, será o país a sofrer, no seu todo, sem que nos caiba a nós quaisquer espécie de perdão por parte das gerações futuras. Não podemos adiar muito mais a escolha certa e possível.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 28 de abril de 2012 no Expresso

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