Nos preparativos para a festa do aniversário da Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), a cuja direcção presido, um dos muitos colaboradores empenhados na organização do evento, como agora se diz, pediu-me, talvez por saber que eu também estou ligado à vitivinicultura, uma frase que ligasse o vinho à mediação.

Não foi tarefa fácil, mas lá me saiu uma frase, quase feliz, a dizer que o vinho também pode ser uma mediação certa. Soube, depois, que se destinava a ser colada, como um rótulo extra, nas primeiras garrafas que saíssem para as mesas, o que aliás aconteceu, mesmo sabendo-se que pouca gente iria lê-la, pois o vinho era servido pelos empregados e as garrafas não ficavam na mesa.

Dir-se-ia que foram esforços inúteis – o de reflectir, numa frase escrita, sobre a possível relação do vinho com a mediação, o de a imprimir num rótulo em papel autocolante e, finalmente, o de colocar tais rótulos nas garrafas que iriam sair em primeiro lugar, para as 16 mesas do jantar da gala do aniversário da APEMIP, celebrado no Sábado passado, no Pestana Palace em Lisboa.

Pensando melhor, tenho de reconhecer que o trabalho que este pormenor deu, tem uma utilidade muito maior do que aquela que, inicialmente lhe atribuímos quando descobrimos que, afinal, a frase não vai ser fotografada com as luzes “feéricas” que sempre queremos dar ao que fazemos. Basta estar e ser autêntica, mesmo que seja para figurar num local em que poucos reparam.

O pormenor, cuidadosamente destinado ao canto mais discreto da sala da festa, da declaração de intenções, pode realmente fazer a diferença, no caso de uma mediação certa. Garante que, quando nos mostramos solidários com terceiros ou preparados para a auto-regulação, como aconteceu na festa do nosso mais recente aniversário, somos autênticos e fiáveis.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 12 de Dezembro de 2009 no Expresso

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