As políticas anti deflacionistas que os bancos centrais das grandes economias do Ocidente – o banco dos EUA (FED), o da União Europeia (BCE) e o Banco do Japão – utilizam em momentos excecionais como o que vivemos e que se caracterizam pela baixa das taxas de juro de referência até ao valor zero estão, no caso dos Estados Unidos da América, a ter efeitos positivos no sector imobiliário.

No vasto mercado norte-americano, onde deflagrou uma das maiores bolhas imobiliárias de sempre, este mercado está a recuperar pela ação de investidores de variadíssimas proveniências que estão a comprar muitos dos stocks imobiliários acumulados, travando a quebra de preços que se verificava com tais aquisições que além do mais também fazem diminuir a própria oferta excessivamente acumulada.

Esta real recuperação do mercado imobiliário reflete-se a montante e a jusante, dinamizando comprovadamente atividades económicas que também perderam volume de negócios com a quebra do imobiliário, como por exemplo, os têxteis lar, a industria do mobiliário, as tintas industriais entre outras. Uma tendência assinalável.

Esta política de combate à deflação que é claramente visível no sector imobiliário dos Estados Unidos como a própria e poderosa associação nacional americana de profissionais do sector (NAR) reconhece, terá ainda mais condições de sucesso em Portugal, onde não houve bolha imobiliária, não se compreendendo a razão pela qual ainda não é tão visível entre nós.

No contexto da crise financeira mundial, os investidores mais prudentes que temem as oscilações e incertezas de investimentos mais voláteis, como foram todas aquelas que se centraram no próprio sistema financeiro, veem nos mercados imobiliários estabilizados e não especulativos (sem bolhas) como é o nosso um porto de abrigo seguro, um verdadeiro refúgio de confiança como sempre tenho dito.

Que falta à nossa oferta imobiliária, de preços competitivos? A esta oferta  que contempla uma variedade invulgar – casas solarengas a Norte em quintas de sonho na região demarcada do Douro ou noutras regiões igualmente belas, imóveis centenários em centros históricos de grandes cidades, como Lisboa e como o Porto, já reabilitados ou preparados para a reabilitação, ou uma costa de 700 quilómetros de praias para todos os gostos e preferências climatéricas e para os desportos náuticos mais mediáticos ?

Os desafios que continuam a colocar-se ao nosso sector imobiliário, no quadro desta crise financeira mundial e numa fase de transição do ciclo da quantidade para o ciclo da qualidade, contemplando preocupações relativamente à sustentabilidade do próprio desenvolvimento, são suficientemente seguros para que sejam agarrados com eficácia e assumidos, de novo, com a vocação de locomotiva da Economia. Não a única mas uma das mais importantes.

O nosso sector imobiliário oferece-se à procura, de investidores tradicionais e de outros interessados, com muito melhores garantias do que aquelas que outros mercados, como o de novo animado mercado dos Estados Unidos da América conseguem oferecer. Não traduzir estas vantagens em resultados concretos só pode ser imputável à nossa incapacidade em mostrar as nossas reais virtudes.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 20 de maio de 2013 no Jornal i

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