As notícias que chegam dos Estados Unidos da América (EUA), de onde há quase cinco anos têm vindo a sair novidades em regra preocupantes, estão, pela primeira vez há longo tempo, a inverter essa tendência com o registo esperançoso da subida dos preços  das casas a alcançarem um ganho de  7,1% ao longo do presente ano. 

 

Este é o maior ganho desde 2006 e é um consistente indicador de uma sólida recuperação do mercado imobiliário, recuperação em parte alcançada pelo aumento da procura num cenário de continuada escassez de oferta.  Os dados são fornecidos pela Federal Housing Finance Agency, um departamento de âmbito federal, ou seja, com jurisdição sobre todo o território norte-americano.

 

De acordo com as notícias que estes números estão a gerar, o preço das casas tem vindo a aumentar, a par de uma diminuição do desemprego e dos custos dos empréstimos, actualmente aos números mais baixos de sempre. O aumento da procura neste mercado não está a ser acompanhado pela oferta, o que também justifica a recuperação dos preços.

 

Recorde-se que o epicentro da presente crise financeira mundial ocorreu em 2008, precisamente nos Estados Unidos da América, com a falência do Lehman Brothers, um banco de investimento cujo fim arrastou uma série de outras instituições em cadeia e destapou o véu que escondia engenharias financeiras baseadas em produtos verdadeiramente tóxicos, alguns dos quais assentes em créditos imobiliários.

 

O filme do que se seguiu nos Estados Unidos da América e noutros mercados que apresentavam idênticas bolhas imobiliárias é bem conhecido e contagiou todos os mercados, incluindo mercados como o nosso onde não houve qualquer bolha de preços, embora estes tenham, por contágio, sofrido algum desgaste.

 

Com as notícias que estão a chegar dos Estados Unidos da América, onde há preços de casas que aumentaram 15,3% em comparação com o mesmo período de 2012, como acontece na zona do Pacífico, Califórnia, Washington e Hawai incluídos, a par de outros aumentos, noutros estados, menos elevados mas susceptíveis de contribuir para uma média de 7,1 %, há indícios de que o ciclo do mercado imobiliário está a inverter-se.

 

Isto significa que está na hora certa de voltar a investir no imobiliário, nomeadamente em mercados seguros como é o nosso, tendo em conta que a quebra de preços tão desejada por alguns chegou ao fim com a perspectiva da recuperação desses mesmos preços em especial nos mercados onde eles nunca estiveram inflacionados. 

 

A retracção de alguns investidores, sempre esperançados numa permanente actualização em baixa de preços que os beneficiassem, pode e deve agora chegar ao fim, pelos sinais claros nesse sentido que estão a chegar dos Estados Unidos da América, país que nesta matéria também marca o ritmo.

 

Não vale a pena esperar por mais quebras de preços. Bem pelo contrário, a tendência agora aponta no sentido inverso, no sentido da recuperação do valor dos bens imobiliários, pelo que este é, muito provavelmente, o melhor momento para se investir neste sector com excelentes perspectivas de retorno desse mesmo investimento. Uma boa notícia para o sector e para os potenciais investidores, entre os quais, à cabeça, os que ficaram órfãos aquando da crise de 2008.

 

Se à semelhança do que está a acontecer nos Estados Unidos da América os preços das casas vierem a recuperar, entre nós, essa tendência muito provável,  é, não só benéfica para o sector da construção e do imobiliário como para a própria economia nacional cuja recuperação também tem de contar com a própria recuperação deste sector de referência que continua a marcar, pela positiva ou pela negativa, qualquer agenda de crescimento.

 

Luís Lima

Presidente da CIMLOP

Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa

presidente@cimlop.com

 

Publicado no dia 29 de abril de 2013 no Jornal I

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