Hoje quero sublinhar, neste espaço onde a Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), tantas vezes parecia estar a pregar aos peixinhos quando erguia, quase isoladamente, a bandeira da reabilitação urbana, que este tema – para nós muito caro – está, finalmente, nas agendas de muito boa gente e de alguns poderes.
Em nome da memória que estes processos não devem ignorar, é justo reclamar para a mediação imobiliária a primeira grande defesa, pública e sistemática, desse lúcido caminho da reabilitação urbana, numa fase inicial até contra alguns sectores da própria fileira da Construção e do Imobiliário, além daqueles que, em tempos não muito distantes, desconfiaram desta nossa fileira.
Com a criação da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), confederação cujas associações integrantes possuem um ADN muito semelhante, e, na qual a APEMIP muito se empenhou, desde a primeira hora, o tema da reabilitação urbana ganhou novo fôlego, num contexto de recuperação do próprio sector da construção.
O contributo do presidente da CPCI, o meu amigo engenheiro Manuel Reis Campos, tem sido decisivo nesta matéria, como aliás se percebe pela própria especificidade da Confederação, reconhecida aliás pelo Conselho Económico e Social (CES) e até pela Presidência do Governo onde recentemente fomos recebidos em audiência, que se assumiu como auscultação em torno do tema da reabilitação urbana.
Modéstia à parte, a Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), a cuja direcção presido, marcou o recente Salão Imobiliário de Portugal (SIL) com um fórum onde participaram, entre outros, a arquitecta Helena Roseta, o professor Sidónio Pardal e o engenheiro Fernando Santo, cujas intervenções se cruzaram na requalificação, no reordenamento e na reabilitação.
Neste mesmo Salão Imobiliário de Portugal, a Associação dos Industriais da Construção de Edifícios, associação que muito prezo, organizou também uma conferência cujo painel sobre autarquias e imobiliário, a que pude assistir com gosto, teve como oradores os presidentes da CPCI e da CIP, respectivamente, engenheiro Manuel Reis Campos e doutor António Saraiva.
Já na ocasião, o doutor António Saraiva levantou um pouco o véu sobre o estudo, entretanto divulgado, que a CIP encomendara sobre este tema. Tão ou mais importante como são todos os estudos sérios que se façam sobre esta matéria, é registar que a CIP vem reforçar, com o seu peso e prestígio, esta velha preocupação da Fileira da Construção e do Imobiliário na mais do que necessária reabilitação urbana. É que todos somos poucos para este desígnio nacional.
Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP
Publicado dia 24 de Novembro de 2010 no Público Imobiliário