O novo ministro de Economia da Itália, Fabrizio Saccomanni, que em Itália assume também a pasta das Finanças, é, com os seus 70 anos de idade, o mais velho em idade no recém formado Governo italiano de Enrico Letta, uma coligação da Direita à Esquerda, como não se via em Itália desde o fim da II Guerra.
O decano do novo executivo italiano, antigo colaborador de Mário Draghi, era o atual vice-governador do Banco Central de Itália e é também um profundo conhecedor dos mecanismos da banca. É significativo que uma das suas primeiras declarações de intenções tenha sido no sentido de promover um “pacto” entre bancos, empresas e consumidores para desencadear novos investimentos e gastos, enquanto o Estado trabalha para reduzir a dívida pública, que em Itália também é grande.
Registe-se que já este ano, durante uma reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, o agora ministro Fabrizio Saccomanni, para quem a crónica fragilidade do crescimento económico é o principal problema, disse, neste preciso contexto, que a diferença dos juros no financiamento aos diversos países europeus deveria ser menor do que a atualmente existente, fazendo, a propósito, uma comparação entre a Itália e a Alemanha.
O novo Governo de Itália, que integra outros nomes sonantes como a da ex-comissária europeia Emma Bonino, na pasta dos Negócios Estrangeiros, pode vir a tornar-se muito mais do que um governo capaz de provar que a Itália é governável e governável em coligação alargada. Pode também mostrar a toda a Europa a inevitabilidade de uma agenda de crescimento para a defesa da própria Europa.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
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Publicado no dia 04 de maio de 2013 no Expresso