Parece que há novas provas que tiram ao britânico James Cook o mérito de ter chefiado a primeira expedição marítima europeia a chegar à Austrália. A recente descoberta, numa praia australiana, de um canhão português em bronze com data muito anterior a 1770, o ano da chegada de Cook, pode confirmar teses já anteriormente formuladas que dizem terem sido portugueses os primeiros europeus a chegar à Austrália.

O achado de Dundee Beach, entretanto entregue ao Museu de Darwin, pode ter sido deixado depois de 1770 e até por navios de outra nacionalidade que não a portuguesa pelo que a data do canhão não será determinante para atribuir aos portugueses a glória de terem sido os primeiros europeus a chegar ao continente australiano.

Esse canhão, que alguns dizem ser exemplar único no Mundo, tem um valor muito superior ao do bronze em que é feito, mas o que importaria, desde já, descobrir era como aproveitar esta notícia, que está a correr Mundo como uma curiosidade simpática (exceto para os britânicos), para promover a imagem de Portugal num sentido positivo, tarefa fundamental para que as nossas ofertas, de bons produtos e de bons serviços, ganhem outra credibilidade.

Não há receitas eficazes na tarefa de causar boa impressão. E não basta saber ser, saber estar e saber fazer se não soubermos mostrar aos outros essas nossas competências, com elegância q.b. que gere, de imediato, o natural reconhecimento que pretendemos alcançar. Estes objetivos não se obtêm com a diplomacia das canhoneiras, mas a descoberta de um canhão enterrado na areia até pode servir para projetar a nossa boa imagem.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 16 de Janeiro de 2012 no Jornal i

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