Com os pés bens assentes na Terra, estamos, por estes dias, desde anteontem e até ao final da semana, a redescobrir o último destino nesta nossa obrigatória viagem de regresso, tanto mais significativa quanto somos agora nós, mil vezes viajantes, quem tem a obrigação de receber e de mostrar a nossa própria casa-mãe.
Alguns dos nossos visitantes deste December Business Meetings que formalmente se inicia hoje, em Lisboa, numa organização da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), na qualidade de principal membro português da Federação Internacional do Imobiliário (FIABCI), entraram pelo Porto e começaram a descobrir onde nasceram os descobridores.
Aí os recebi, na minha qualidade de presidente da FIABCI Portugal, num jantar de boas vindas que teve lugar no Restaurante da Taylors, uma das boas salas de visita de Gaia desde logo pela deslumbrante vista do velho casario do Porto que ali podemos fruir, paisagem que até pode servir de mote para se falar em Reabilitação Urbana e noutros projectos imobiliários.
A organização, em Portugal, deste importante encontro anual do maior clube de negócios imobiliário do Mundo é um bom pretexto para mostrar aos nossos visitantes – e até a alguns de nós – como é belo este último destino da nossa viagem de regresso e como ele pode ainda ajudar-nos na urgente tarefa da nossa recuperação global.
Os visitantes que entraram pelo Norte e que tiveram o privilégio de subir pelo Douro acima até ao cais fluvial que serve o conhecido Convento Beneditino de Alpendorada (século XI) e os visitantes que vieram directamente para Lisboa, cidade do Encontro, visitam-nos, em boa verdade e apesar de tudo, num bom momento.
O nosso Fado, a canção de Lisboa que o país adoptou e que há dias, em Bali, foi consagrado pela UNESCO como Património Imaterial da Humanidade, tal como o Tango e o Flamengo, impulsiona esta nossa justa vontade de recuperar a nossa boa imagem também como bom destino para quem quer investir em segurança no imobiliário.
Ninguém poderá dizer que o Rio Douro, o Fado ou a Guernica de Picasso vendem casas no Porto, em Lisboa ou em Madrid como se fossem comerciais de empresas de mediação imobiliária, mas todos nós sabemos, uns mais do que outros, que aqueles parceiros ajudam a arrendar muitas residências turísticas.
Neste mundo de mercados globalizados, a exigir a aprendizagem do trabalho em rede – um dos temas destes Encontros de Lisboa –, a boa comunicação e a boa imagem valem muito. Às vezes, para as alcançar, bastam pequenos sinais como, por exemplo, a escolha dos nomes para as mesas do jantar de boas vindas de anteontem – Terra, Fogo, Ar e Água, os quatro elementos da Natureza, de uma Natureza que, entre nós, é muito generosa.
Luís Lima
Presidente da APEMIP
luis.lima@apemip.pt
Publicado no dia 30 de Novembro de 2011 no Público