Cristiano Ronaldo, o actual melhor futebolista do Mundo, jogador do Real Madrid e da Selecção Portuguesa de Futebol que vai disputar o Mundial no Brasil, tem, como toda a gente sabe, incluindo os que não ligam ao futebol, uma tendinose rotuliana esquerda a exigir muita prudência no regresso pleno aos relvados.

O país e grande parte da grande tribo futebolística mundial passou a saber o que é uma tendinose, as diferenças entre tendinose e tendinite e até a melhor estratégia reconhecida para aproveitar a mestria do Cristiano sem por em causa o futuro dele como futebolista de eleição.

Mal comparando, o excelente imobiliário português também tem, de momento, uma tendinose. Continua a ser um dos melhores imobiliários da oferta europeia, está em condições de contribuir para  o que a espera que o sector contribua mas ainda não está a cem por cento.

A recuperação actual do nosso imobiliário é já uma realidade. Há uma procura crescente e consistente, muito acentuada no estrangeiro, mas não devemos exigir deste sector aquele máximo que já lhe exigimos noutros tempos.

O regresso às boas formas tem de processar-se serenamente e sem precipitações. Em certas fases é desejável poupar o esforço que habitualmente é dispendido. Escrevo esta minha reflexão na véspera de um jogo treino da Seleção Portuguesa de Futebol com o México em que, muito provavelmente  Cristiano Ronaldo vai ser poupado.

O que é para nós, nesta matéria de futebol, um dado já adquirido devia também ter correspondência na apreciação que fazemos sobre outros aspectos da nossa vida, incluindo no plano  da nossa economia.

Refiro-me, por exemplo, ao bom desempenho do nosso mercado imobiliário que recupera de dia para dia, que se impõe interna e externamente mas que não pode assumir-se a cem por cento de um momento para o outro.

Temos uma belíssima oferta de qualidade, a bons preços e a preços estáveis. Uma oferta que se impõe em muitas das características que toda a gente procura neste sector, mas não podemos esticar demasiado a corda, nomeadamente no que respeita à gula fiscal que costumadamente impomos ao patrimônio construído.

Os bons resultados do sector imobiliário português já indiciados pelos números do corrente ano de 2014 tem de ser protegidos para que sejam realmente consolidados e consagrados num verdadeiro primeiro grande ano de retoma como se pretende venha a ser o de 2015.

As precipitações neste campo podem ser tão graves quanto seriam as precipitações do seleccionador nacional Paulo Bento se não demostrasse, como está a demonstrar, a inteligência na gestão do esforço do melhor do Mundo ao serviço de Portugal.

O sector imobiliário português, e todos quantos o analisam, devem saber aproveitar bem a lição daquela tendinose rotuliana esquerda que preocupa o Cristiano Ronaldo, o Real Madrid, os adeptos da Seleção Nacional de Futebol e toda a tribo deste desporto rei, em vésperas do Mundial do Brasil.

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 12 de junho de 2014 no SOL

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