Que fazer aos imóveis novos ou usados, devolutos, que aguardam oportunidade para serem habitados e sonham com o dia em que possam (re)assumir sua vocação inicial? Os imóveis não sonham mas os seus proprietários sim e há quem espere que a propriedade imobiliária lhe traga alguma segurança acrescida.

Uma renda que possa funcionar como complemento de uma pensão de reforma que já não será aquela que em tempos foi projetada como possível. Muitos, no passado, terão investido no imobiliário com estas perspetivas, aplicando as poupanças de uma vida e fazendo funcionar a própria Economia.

Hoje, num contexto mundial desfavorável, um país como Portugal, que reconhecidamente resistiu na última década a alimentar qualquer bolha imobiliária, pode, legitimamente, admitir que este setor continue a contribuir para o desenvolvimento da Economia quando esse contributo se torna mais imperioso.

Mas para isso é preciso pressionar no sentido da lucidez que aproveita o momento e não desperdiça oportunidades como as que existem num riquíssimo património construído, mesmo que a necessitar de obras profundas de reabilitação, uma riqueza que sendo recuperada enriquece o país e as pessoas que nele vivem.

Daí insistir na ideia de que importa criar incentivos que realmente dinamizem um mercado que pode contribuir para estancar o desemprego no setor da Construção e do Imobiliário e, simultaneamente, garantir uma oferta indispensável para fazer diminuir o endividamento de muitas famílias portuguesas.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 11 de Janeiro de 2012 no Diário Económico

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