A associação das estrelas Michelin com aquela canção do Rui Veloso a reclamar que não há estrelas no céu para dourar o caminho dos jovens não podia ser mais feliz. Afinal, agora, até o Norte tem mais estrelas no céu e estrelas de peso como são as Michelin conquistadas por novos restaurantes portugueses, nomeadamente nessa região que é também de Rui Veloso.

Como disse e bem o presidente da Entidade do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), Melchior Moreira, estas estrelas indicam melhor o caminho desta região aos turistas – hoje mais de 20% dos turistas que chegam ao Porto e Norte de Portugal procuram a gastronomia e vinhos e este motivo atenua os altos e baixos da sazonalidade.

Entre novas conquistas e confirmações das anteriores, o Norte de Portugal, com especial relevo para o Grande Porto, passa a ter um leque de estrelas Michelin  muito significativo e este céu estrelado corresponde, cito Melchior Moreira, corresponde a mais activos, mais dinheiro e mais economia.

As estrelas Michelin são, há mais de um século, selos de garantia dos restaurantes que as conseguem obter, sendo atribuídas por jurados externos com base na análise da qualidade dos produtos, da forma de os cozinhar, os sabores, a criatividade dos chefes, e também a regularidade da oferta e uma boa relação qualidade/preço.

Ingredientes que são um sal indispensável para o turismo, incluindo o turismo residencial e por consequência para o imobiliário. Estas estrelas da gastronomia brilham de Norte a Sul e na Madeira, em regra em destinos turísticos que ficam mais turísticos pelo facto de possuírem restaurantes consagrados.

Não me cabe, desde logo pelo facto de ser irrelevante face ao enorme conjunto de notícias com directos em televisão e tudo que estas estrelas geraram, não me cabe a preocupação de elencar os restaurantes consagrados, mas não resisto a sublinhar o do Largo do Paço, em Amarante, do chefe André Silva.

E faço para sublinhar o momento excelente que a cidade e a região atravessam. O grande e genial pintor Amadeo de Souza Cardoso, “descoberto” este ano em Paris como um génio modernista do princípio do século XX, com uma obra notável considerando até o facto de ter morrido muito novo, tem um museu em Amarante, de onde era natural.

Por coincidência, está patente no Porto, até ao fim do ano, no Museu Soares dos Reis, uma exposição que replica a única que o pintor realizou em Portugal, há precisamente cem anos. Esta exposição, que irá em Janeiro para Lisboa (Museu de Arte Contemporânea do Chiado). Tudo isto, incluindo a estrela Michelin para o Largo do Paço, promove Amarante.

É de facto com estrelas no céu que ajudamos a dourar os caminhos do nosso crescimento e do nosso desenvolvimento. Caminhos que passam pelo turismo, pelo turismo residencial, pela gastronomia, por tudo o que brilhe nos céus para onde olham os turistas.

Luís Lima

Presidente da CIMLOP

presidente@cimlop.com

Publicado no dia 3 de Dezembro de 2016 no Jornal Sol

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