Leio, num daqueles espaços de referência de um dos semanários que há muito nos acompanham,  a citação de uma opinião minha publicada precisamente aqui, no Diário Económico, espaço não menos importante para reafirmar essa verdade, para mim de La Palice, segundo a qual os preços das casas não estão a descer em Portugal.

Para a mediação imobiliária, como aliás tive oportunidade de referir, por várias vezes, no Salão Imobiliário de Portugal (SIL’09) que ontem terminou em Lisboa, salão onde a Associação de Profissionais e Empresas da Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) esteve em força, o preço das casas, no mercado imobiliário português, tem tendência para subir. Não muito, mas a tendência é para subir.

Este é, aliás, um sinal do bom comportamento do mercado português (no retalho, mas também no turismo residencial), mercado que foi considerado por alguns investidores estrangeiros de peso, já no presente contexto de crise, um bom mercado refúgio para os investimentos imobiliários que queriam proteger-se de mercados contaminados por bolhas imobiliárias significativas.

Claro que as apreciações sobre matérias desta natureza não podem reduzir-se a um maniqueísmo tipo preto e branco, num quadro onde há muito se desenhavam novos paradigmas de actuação, não por força da crise (que é mais financeira do que imobiliária), mas por força da dinâmica que se instala num mercado maduro, a tentar passar do ciclo da quantidade para o ciclo da qualidade.

Neste sector, como noutros sectores da vida, os olhares globais e multidisciplinares são sempre mais equilibrados e mais próximos da realidade do que os olhares excessivamente especializados. Também neste sector quem julgue que só sabe de imobiliário, nem de imobiliário sabe. Afinal há sempre outra interpretação e essa outra também conta.

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 21 de Setembro de 2009 no Diário Económico

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