Escrevi, há algum tempo, neste mesmo espaço, que a Reabilitação Urbana é um imperativo ético a que nos obrigamos, relativamente às gerações vindouras. Devemos deixar em herança cidades inteligentes, cidades amigas do ambiente, cidades economicamente sustentáveis e, acima de tudo, cidades onde apeteça viver no pleno gozo dos nossos direitos de cidadãos.

Lembrava que o peso deste dossier é enorme e que a necessidade das cidades assumirem políticas com sensibilidade social e preocupações ambientais e de reequacionarem a urgência na regeneração dos espaços públicos citadinos, devia ser uma opção consensual e transversal a todas as correntes políticas.

A defesa da Reabilitação Urbana como um desafio inevitável para o sector imobiliário poder sonhar com a recuperação que há muito persegue e com o relançamento da própria Economia portuguesa, sempre foi uma opção racional, baseada na reflexão que este dossier há longo tempo proporciona, interna e externamente.

Mas há agora um outro argumento de peso que está a tornar-se bem visível, nomeadamente nas zonas mais nobres de Lisboa – é o argumento da renovação deslumbrante das cidades que ressalta quando alguns imóveis que estiveram escondidos sob tapumes e panos durante as obras de reabilitação reaparecem, subitamente, com novas e modernas roupagens.

Basta olhar com olhos de ver a nossa mais emblemática avenida – a lisboeta Avenida de Liberdade – e reparar em dois ou três grandes imóveis que reapareceram com novas vestes e novas cores, mantendo a elegância dos bons velhos tempos e recuperando uma matriz arquitetónica que faz da baixa pombalina uma das zonas mais belas da luminosa cidade de Lisboa.

Luís Lima
Presidente da APEMIP e da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 06 de Julho de 2013 no Expresso

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