“Amar pelos dois” foi a música que pôs o mundo a cantar em português no ano passado, depois de uma vitória há muito esperada no Festival da Eurovisão. Salvador Sobral e a sua irmã, Luísa Sobral, trouxeram assim para Portugal a organização do maior evento musical da Europa e dos momentos televisivos mais importantes do mundo, promovendo o nosso País junto de mais de 200 milhões de pessoas.
A capital, Lisboa, foi a cidade anfitriã que recebeu a 63ª edição do Festival da Eurovisão, tendo cabido a sua organização à RTP, à Câmara de Lisboa e ao Turismo de Portugal, entidades a quem eu, enquanto português, tenho que parabenizar pelo fabuloso trabalho levado a cabo na projeção mediática de Portugal além-fronteiras.
Creio que todos os portugueses se terão sentido de alguma forma orgulhosos pela organização que foi muito além do Altice Arena, tendo a festa começado bem antes da final do Festival.
Turistas, jornalistas, e aficionados da Eurovisão deixaram Lisboa quase esgotada, tendo deixado comércio, hotelaria, restauração e alojamento local ao rubro, o que eleva o real impacto que a organização deste Festival teve para o nosso País.
A Eurovisão rendeu-se a Portugal, e isso é inegável, quanto mais não seja pelos comentários elogiosos que os locutores de cada País fizeram sobre nós, pois soubemos aproveitar a oportunidade de dar a conhecer os nossos cantinhos de Norte a Sul, passando pelos arquipélagos da Madeira e Açores, mostrando que somos um País moderno, acolhedor, e com diversas maravilhas por descobrir. Decerto que aguçamos em muitos telespectadores a vontade de vir conhecer Portugal e usufruir de todas as ofertas que temos para dar.
A estratégia de promoção foi inteligente, e se Portugal está na moda, este foi mais um momento que fixou o nosso país como “trendy”, mostrando que também as modas do nosso País estão a mudar, sendo cada vez mais diversificado e com uma procura cada vez mais acentuada em novas regiões e novas ofertas. Temos conseguido distinguir-nos ao inovar, através da promoção de novas rotas como a gastronómica, a do surf ou a do Golf, mantendo sempre a essência do que é ser português.
Os estrangeiros têm vindo a redescobrir um Portugal novo, bem diferente daquele que povoava no seu imaginário. E o sector imobiliário beneficia disso, numa união quase perfeita entre Turismo e Imobiliário que são, como já tenho referido, o petróleo português.
O turismo passou a ser um atrativo para estrangeiros, quer para os que procuram uma segunda habitação, quer para os que procuram investir, e não há dúvida de que este investimento tem um efeito multiplicador na nossa Economia. Um euro investido em imobiliário, é facilmente multiplicável por 4 ou 5, isto para não falar da criação de emprego que tem gerado.
A realização da Eurovisão em Portugal e a promoção das diversas regiões do País, foi com certeza mais um bom impulso para a diversificação do investimento estrangeiro para fora das grandes cidades, abrindo portas a dinamização das economias das regiões de baixa densidade.
A organização da Eurovisão acertou em cheio na sua estratégia! 12 pontos!
Luis Lima
Presidente da APEMIP
luislima@apemip.pt
Publicado no dia 16 de maio no Jornal Público