O ano de 2011 vai ser difícil para a generalidade das pessoas. Vamos ter de apertar o cinto e vamos ter de gerir, muito bem, o nosso orçamento, seja o  do Estado, seja o de cada empresa, seja o de cada família ou até o de cada  cidadão a viver em Portugal. E vamos, neste contexto, discordar de muitas das opções que venham a ser tomadas em matéria de apertos.

Neste contexto, quanto maior for a nossa capacidade de auto-regulação em matéria de poupança, tanto mais fácil será enfrentar as vicissitudes da conjuntura, sendo certo – como se sabe, quando não esquecemos o clássico – que as dificuldades geram ou podem gerar novas oportunidades e que estas implicam que recuperemos a nossa própria confiança.

Ainda há dias, li um anúncio publicitário de um banco que oferece uma aplicação informática para determinados telemóveis e outros “gadgets” semelhantes, que permite registar, para avaliação na hora, as despesas do dia-a-dia, em função de orçamentos prévios, com a acrescida possibilidade de projectar soluções de poupança.

É compreensível que os bancos ensaiem soluções para um ano – como o corrente ano de 2011 – que será tanto mais difícil quanto menos confiança consigamos gerar, para oferecer a quem precisa de sentir confiança em nós, para continuar a apostar na nossa própria capacidade. Uma pescadinha de rabo na boca indispensável ao sistema, isto é, à banca.

Mas tão importante como ter ferramentas, é ter vontade de as aplicar, de preferência voluntariamente. Para tornar as dificuldades menores.

Luís Carvalho Lima
Presidente da APEMIP

Publicado dia 29 de Janeiro de 2011 no Expresso

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