O que o imobiliário oferece à Economia do país e ao sector de atividade em que tradicionalmente se incluiu é muito e muito mais do que tudo aquilo que transparece para o grande público.
O imobiliário tem hoje um valor incalculável no contributo que presta à agenda de crescimento do nosso país e ao esforço nacional de equilíbrio das contas públicas e não apenas pelas enormes, muitas vezes quase exageradas, receitas fiscais que gera.
É mérito do imobiliário ter descoberto novos caminhos para os encontros, às vezes difíceis, entre uma oferta que nem sempre soube dimensionar-se no tempo e no espaço e uma procura que nem sempre contou com os apoios que precisaria.
É mérito do imobiliário ter imposto o reconhecimento da Reabilitação Urbana e do Turismo Residencial como saídas para o impasse que ameaçava instalar-se numa área fundamental para as pessoas. A inversão da desertificação dos centros históricos e a reanimação da vida em muitas cidades passou e passa por aí.
Bem como a internacionalização do imobiliário português, destino para investidores estrangeiros cada vez mais reconhecido como seguro e não especulativo, num movimento que colocou muitas das nossas cidades, e não exclusivamente as duas maiores, no mapa da procura dos destinos com qualidade.
O imobiliário descobriu investidores e o imobiliário português descobriu novos mercados anulando a sentença do imobilismo, da resignação e da falta de soluções alternativas num quadro adverso que alguns procuravam acentuar tendo em vista a desvalorização artificial do próprio imobiliário.
É mérito do imobiliário ter sabido resistir, às vezes com enormes dificuldades, às vicissitudes em que o queriam lançar, empurrando-o para caminhos que conduziriam inevitavelmente à travessia de longas travessias de não menos inóspitos desertos que nem desconfiávamos que existiam entre nós.
Como tantas vezes repeti, o repovoamento e reabilitação dos centros das cidades, num cenário de reordenamento sereno e equilibrado, também da responsabilidade do imobiliário, tem contribuído para melhorar o país e para potenciar a captação de investimento estrangeiro, em especial no turismo de qualidade irrepreensível.
A internacionalização da nossa economia implica também o caminho inverso, ou seja o da captação de investimentos estrangeiros, nomeadamente através do imobiliário. Também se exporta de fora para dentro e foi mais uma vez o imobiliário a área de atividade que mais projetou esta via.
Por tudo isto, pelo peso que esta atividade tem no êxito de programas como o do Autorização de Residência para Investimento ou do Regime Fiscal Especial para Residentes não Habituais, é natural que este ano de 2015, ainda no início, esteja condenado a ser um ano do imobiliário.
Para usar uma frase que foi das mais usadas e abusadas nos finais de 2014, termino reafirmando que devemos dar ao imobiliário o que é do imobiliário incluindo talvez um título como poderá ser o de um dos gestores de referência da riqueza de Portugal.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com
Publicado no dia 02 de fevereiro de 2015 no Jornal i