Hoje tenho de deixar aqui um enorme aplauso ao regime do IVA de caixa, mas, à semelhança dos discursos dos políticos que são distribuídos antes de serem proferidos, um aplauso com embargo a 1 de Outubro, que é quando estas novas regras entram em vigor.

O IVA de caixa é um regime de elementar justiça que alivia bastante as empresas beneficiadas, no caso as empresas de menor volume de negócios que, a partir de Outubro deixarão de ter de adiantar ao Estado o IVA que ainda não receberam, como acontece agora. 

Esta justiça agendada para Outubro tem limites temporais, ou seja, é apenas um adiamento por um ano, no máximo. Ao fim de doze meses o IVA tem mesmo de ser entregue ao Estado, tenha ou não tenha sido cobrado… Mesmo assim é um avanço positivo, que merece o meu aplauso, mas com o tal embargo até à data da entrada em vigor deste regime, não vá a Troika tecê-las.

O IVA de caixa, mesmo limitado no tempo e com a entrada em vigor adiada para Outubro, é uma boa notícia para as empresas potencialmente contempladas, incluindo pelo facto deste regime não ter sido acompanhado de contrapartidas reveladoras das desconfianças que o Estado tem relativamente às empresas. 

Quando falo em desconfianças, refiro-me à hipótese de tal regime poder depender do eventual levantamento do sigilo bancário, o que parece ter sido excluído. Também esta manifestação de confiança merece um grande aplauso mas igualmente com embargo até à respetiva concretização… Não vá a Troika, os leitores sabem como é.

Não vá a Troika ou até os mais devedores…

Luís Lima
Presidente da CIMLOP
presidente@cimlop.com

Publicado no dia 18 de maio de 2013 no Expresso

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