O sonho de ter uma habitação condigna e adequada às necessidades de cada um – seja pela aquisição de casa própria seja no mercado de arrendamento urbano – está seguramente mais facilitado com a queda das taxas de juro, uma realidade tão visível que até já há Euribores a valores negativos.
Claro que um valor negativo, a manter durante o período que serve de base às reavaliações periódicas dos juros dos empréstimos para aquisição de habitação, será acertado em sede de spread, ou seja da margem comercial do banco, pelo que a taxa a aplicar continuará, obviamente, positiva, mesmo que mais baixa.
Mas o contexto é, realmente, de taxas de juro baixas, o que reabre a esperança para muitos portugueses de virem a ter a casa com que sonharam ou, no mínimo, uma casa com melhores condições do que aquelas que agora possuem – áreas mais amplas, localização mais favorável para todas as pessoas da família, qualidade construtiva mais elevada.
Neste contexto, o imobiliário português não se limita a ser um bom investimento para estrangeiros que procuram áreas de investimentos seguras. Neste contexto o imobiliário português pode voltar a ser uma alternativa ao aforro das famílias para, por exemplo, ser garantia de um maior rendimento de poupanças num mercado de Arrendamento Urbano justo e funcional.
Não são são as famílias que se formam e procuram casa, ou as que crescem e procuram casa maior, ou os reformados estrangeiros da União Europeia que optam pelas condições a vários níveis excepcionais que existem em Portugal. Nem são só os investidores institucionais estrangeiros, de dentro e fora da União Europeia. A aposta no imobiliário é ainda mais abrangente.
Ainda há dias, conferindo a opinião de responsáveis por algumas das grandes redes de comercialização de imóveis a operar em Portugal, confirmei o reconhecimento unânime de que a abertura no acesso ao crédito está a dinamizar o sector, estando o investimento no imobiliário a afirmar-se como um bom destino alternativo para investidores e aforradores.
O imobiliário para investimento beneficia da baixa rentabilidade dos depósitos, da quebra, ainda não invertida, da fiabilidade de outros produtos financeiros cuja longevidade foi, em alguns casos, muito efémera, e de uma clara movida no sentido da Reabilitação Urbana de cidades portuguesas com história e vocação turística mais do que evidente.
Hoje em Portugal, em muitas localizações, o arrendamento urbano garante rentabilidades muito superiores ao dos depósitos a prazo e até nos negócios de compra para revenda a garantia de que o retorno adicional – descontada que seja a mais-valia da venda – possa atingir percentagens ainda mais significativas.
É importante que esta dinâmica não seja interrompida e possa até ser reforçada. O imobiliário português é uma ferramenta muito importante para o relançamento da nossa Economia. Com outras características muito diferentes das que presidiram ao boom dos anos 80 e 90 do século passado, mas agora com uma maior sustentabilidade.
Luís Lima
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
presidente@cimlop.com
Publicado no dia 11 de Novembro de 2015 no Público