O mercado imobiliário alemão parece ter mel. Neste país, que a par do Reino Unido conquista uma das maiores fatias do investimento europeu neste sector, o volume de negócios registado no primeiro semestre de 2011, supera largamente o volume do último trimestre de 2010. Apesar da crise.

Na verdade, Londres e Berlim conseguiram, no primeiro trimestre de 2011 e segundo dados fiáveis, arrecadar mais de dois terços dos investimentos captados pelos mercados da Construção e do Imobiliário da Europa, em operações que se evidenciam mediaticamente como foi o caso da aquisição do património imobiliário de uma importante empresa europeia por parte de um investidor americano privado. 

Estes dados apontam para a concretização, neste período, de mais de 12 negócios com valores unitários superiores a 100 milhões de euros cada, num destaque evidenciado pela empresa de consultadoria que divulgou este comportamento dos mercados imobiliários, do Norte e do Centro da Europa.

Quanto ao Sul, nomeadamente quanto a Portugal, onde se verificará uma tendência inversa, isto é, menos investimentos, o busílis da questão está também na imagem de desconfiança que se tem colado ao nosso mercado e ao nosso país, imagem artificial em parte alimentada a partir da Europa do Norte e Centro. Apesar do nosso mercado ser muito mais seguro e muito mais fiável para qualquer investidor, sem quaisquer bolhas imobiliárias.

Este desajustamento entre o Norte e Sul, no seio de uma Europa muito dividida e sem lideranças inequívocas e respeitadas, prova que a crise não se sente de igual forma em todo o lado e que para alguns é mesmo uma boa crise.

 

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

 

 

 

Publicado no dia 11 de Junho de 2011 no Expresso

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