Com o ADN da mediação imobiliária, com a marca indelével da família das associações empresariais que integram a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), sinto-me na obrigação de defender o bom nome do sector, lembrando que, as gruas do nosso contentamento não podem ser descartáveis na hora em que começam a assinalar movidas empresariais menos evidentes.

Por outras palavras, dando força às palavras de um conhecido e reconhecido empresário do sector: a construção, e já agora também o imobiliário, não podem ser o bombo da festa de todos os males ou as mães de todas as dívidas soberanas, públicas e privadas, ocupando a cadeira oposta à que ocupam quando a economia permitia outra dinâmica.

Não se constrói até ao infinito, tal como as árvores não crescem até ao céu, mas a construção e o imobiliário, às vezes, mais necessariamente virados para a reconstrução ou para a busca de inovações sustentadas do que virados para o que de novo ainda seja necessário, não podem ser o bode expiatório dos erros acumulados por todos, até mesmo, mas não só, pela construção.

As boas gruas não morrem nem vão para o céu. Muito menos para o inferno pois aqui as construções, devido ao clima quente, podem ser menos cuidadas. As boas gruas irão, no sentido figurado, para onde sejam necessárias, mas será uma grande pena que não fiquem por cá. É que a recuperação económica continua a passar, em Portugal, por este sector, mesmo quando o diabolizamos.

Luís Carvalho Lima
Presidente da APEMIP
luislima@apemip.pt

Publicado dia 1 de Junho de 2011 no Diário Económico

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