As empresas também são pessoas e não apenas por serem, juridicamente, pessoas colectivas. Isto justifica, por maioria de razões, que devem também merecer atenção no que toca à prevenção da ruptura face aos riscos que correm neste contexto desfavorável.

Isto é particularmente sentido pelas Pequenas e Médias Empresas cujo universo constitui a coluna dorsal do nosso tecido empresarial,  garantindo a parte de leão do emprego nacional e, em consequência, mantendo viva uma perspectiva de vida para milhares de portugueses.

Tal como para muitos particulares, também para estas empresas a torneira do crédito fechou e com estas dificuldades o risco de uma série de contrariedades em cadeia pode aumentar significativamente com todas as consequências negativas que se adivinham para estas pessoas colectivas e para as pessoas singulares que delas dependem.

Sensibilizar os poderes, político e económico, para a urgência em olhar com olhos de ver para as dificuldades que estas empresas estão a suportar (quando têm de adiantar IVA que ainda não receberam e estão sem disponibilidades de tesouraria até para comprar matéria prima), é tão importante como atender aos proprietários de imóveis com dificuldade em pagar os créditos solicitados.

Isto, sem esquecer as empresas que são proprietárias de imóveis que adquiriram com financiamentos ainda não resgatados, nomeadamente ao nível da pequena e média promoção imobiliária, empresas que correm riscos muito semelhantes aos que muitas famílias portuguesas estão a correr e que, por este motivo, também precisam de atenção.

As empresas também são pessoas.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 14 de maio de 2012 no Jornal i

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