Dentro de poucos anos o Brasil vai integrar um grupo restrito de países, tipo G6 cujas economias vão liderar a economia mundial. Refiro-me aos BRIC, os países de economias emergentes, rotulados de BRIC na sigla constituída pelas iniciais de quatro desses países – Brasil, Rússia, Índia e China. Não é por acaso, que o Brasil vai receber em 2014 o Campeonato Mundial de Futebol e dois anos depois os Jogos Olímpicos.

Há – dizem os especialistas da geopolítica – muito de simbólico nesta escolha do Rio de Janeiro como primeira cidade da América do Sul, a receber umas olimpíadas de Verão. É uma espécie de reconhecimento internacional do próprio Brasil e a prova provada da enorme capacidade de negociação diplomática, que uma tal escolha revela existir nesta potência sul-americana.

Como português que fala a mesma língua que se fala no Brasil, também sinto uma enorme alegria por esta escolha, uma escolha concretizada numa disputa que incluía cidades como a norte-americana de Chicago pela qual o casal Barack Obama se bateu, tal como Lula se bateu pela candidatura vitoriosa do Rio de Janeiro, pese embora todos os velhos do Restelo preocupados com a instabilidade social da cidade maravilhosa.

É que, organizar um campeonato do Mundo de Futebol ou uma edição dos Jogos Olímpicos de Verão, é um desafio à capacidade de mobilização interna e à possibilidade de se captar investimentos importantes para a própria transformação de país, aproveitando o que de melhor se possa oferecer em matéria turística, mesmo que seja apenas o Sol, quando só haja Sol para oferecer.

Um desafio facilitado pela longa exposição mediática que eventos desta natureza oferecem às cidades onde se realizam, numa montra que será vista em todo o Mundo, através da televisão, e não apenas focando os acontecimentos desportivos “tout court” que são, no plano económico, o menos importante de tudo – a vitória não está na medalha de ouro ou na taça do campeonato obtidas mas no desenvolvimento gerado.

É isto que, modestamente, temos vindo a desenvolver no périplo por salões e feiras imobiliárias da Europa e da América, como a recente Inforeal de São Petersburgo, fórum internacional do sector imobiliário,  ou a Expo Real de Munique, onde me desloquei como Presidente da Direcção Nacional da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) para “vender” o nosso sol.

Estas são, para já, as nossas olimpíadas – mostrar aos outros, nomeadamente nos países de economia emergente, que o nosso mercado imobiliário tem destinos turísticos e de investimentos tão seguros, que é bom fixar o nome de Portugal. Uma tarefa patriótica infelizmente, entre nós, ainda sem os grandes apoios que seriam de esperar.
 

Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP

Publicado dia 16 de Outubro de 2009 no Sol

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