Há uma frase chave nas palavras que o Senhor Secretário de Estado da Presidência do Conselho Ministros, Dr. João Tiago Silveira, proferiu no jantar do aniversário da Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), recentemente celebrado em Lisboa – a de que a mediação imobiliária, organizada na APEMIP, face às contrariedades “procura novas áreas de negócio” , em vez de ter uma atitude lamurienta.
Neste elogio, para nós muito grato, está implícito o reconhecimento de que as competências da mediação imobiliária já não se limitam à espartilhada actividade que a actual lei de tutela do sector nos concede, o que torna mais premente a prometida revisão da lei no sentido do alargamento daquelas mesmas competências e no sentido das expectativas que o próprio público consumidor tem, face à mediação imobiliária.
Também as palavras proferidas na festa da APEMIP pelo senhor Arq. João Correia, adjunto do Secretário de Estado Adjunto e das Obras Públicas, que aliás representou, podem ser lidas como um sinal de esperança para a desejada melhoria dos serviços da mediação imobiliária, nomeadamente quando, implicitamente, apontou para breve a possibilidade de uma reflexão em torno das questões que se colocam ao desenho das competências dos mediadores.
Competências que, para além da lei, o Dr. Roberto Colomer, Presidente da União de Créditos Imobiliários (UCI), a entidade patrocinadora oficial da APEMIP, nos atribuiu, com generosidade, ao considerar que somos uma associação única, não apenas por termos nascido da fusão das duas associações da mediação imobiliária que existiam em Portugal, mas por mobilizarmos, com êxito, todas as nossas forças para minorar , entre nós, os efeitos da crise financeira mundial.
Este elogio do Dr. Roberto Colomer tem um significado muito especial e não, necessariamente, por ser do Presidente da entidade que tem, oficialmente, patrocinado a APEMIP. É que, o Dr. Roberto Colomer é espanhol e conhece – como poucos – os efeitos que uma crise como a que assolou o mundo financeiro desde Agosto de 2008, pode causar num sector imobiliário que se deixe arrastar pela contaminação especulativa, o que não aconteceu em Portugal.
Voltando, de novo, ao nosso país, devo acrescentar que é bem verdade que quem dá recebe a dobrar. A APEMIP que este ano quis alargar a festa do aniversário da associação a algumas instituições cujo calendário dos dias felizes é mais apertado, divulgando os primeiros destinatários dos donativos da solidariedade da mediação que este ano começamos a atribuir, a APEMIP acabou por receber, as manifestações de apoio e de intenções já referidas, muito mais do que aquilo que deu.
A recente festa do aniversário da APEMIP foi, de facto, um momento de oportunidade única de afirmação pública da associação junto da Sociedade e foi uma festa onde se consolidou a imagem da própria associação, empenhada em alavancar mais negócios para as empresas associadas, em consonância com os interesses da própria economia nacional, nomeadamente pela captação de capitais estrangeiros pela via do imobiliário.
É isto que leio nas entrelinhas de uma festa de um aniversário feliz.
Luís Carvalho Lima
Presidente da Direcção Nacional da APEMIP
Publicado dia 24 de Dezembro de 2009 no Sol