Christine Lagarde, directora do Fundo Monetário Internacional (FMI), uma política francesa que integrou governos da confiança de Nicolas Sarkozi, apelou recentemente aos governos para que não penalizem o crescimento com uma austeridade exagerada.

Em artigo publicado no Financial Times, Lagarde lembra que uma austeridade excessiva e generalizada, tendência que está a ficar na moda no Mundo Ocidental, alastrando a muitas economias, poderá “bloquear a retoma mundial”.

Sem ignorar a necessidade que as Economias sentem em controlar défices, Lagarde lembra o que muitos parecem estar a esquecer – que sem crescimento está em causa a sociedade em que nos habituamos a viver e não há possibilidade de honrar as dívidas acumuladas .

O crescimento económico, que não pode prescindir totalmente da procura interna sob pena de assumirmos que as nossas opções económicas não servem as pessoas que as sofrem, o crescimento económico é também fundamental para a urgente criação de emprego.

Não é demais lembrar que há métodos curativos que podem ser tão agressivos que o doente não morre da doença, mas morre da cura. Sangrias que deixam o doente exangue quando aplicadas em doses fatais como alguns cortes que ameaçam inviabilizar investimentos indispensáveis.

Felizmente, há vozes tão insuspeitas, como a de Christine Lagarde, que começam a juntar-se ao coro dos que não se cansam de advertir que a Economia só é uma ciência respeitável se estiver ao serviço das pessoas que contribuem para gerar a riqueza indispensável e essa respeitabilidade. 

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

 

Publicado no dia 27 de Agosto de 2011 no Expresso

Translate »