Os entraves que estão a retardar opções urgentes, em matéria de incentivo ao setor da Construção e do Imobiliário, reconhecidamente um setor insubstituível para o indispensável esforço de fazer crescer a Economia, devem merecer uma reflexão mais atenta e serem rapidamente superados, pois o setor não pode entrar em colapso sob pena da nossa Economia demorar muito mais tempo a voltar a crescer.

Os avisos contra os excessos em matéria de austeridade, pelas consequências que podem provocar nas Economias europeias, já são assumidos pela própria Diretora-Geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagrade, para quem é fundamental que a Europa, pelo menos a Europa, que consegue conquistar algumas folgas orçamentais, alivie austeridade que tolhe os mercados internos e impede a rápida recuperação.

Entre nós, a recuperação passa muito pelo setor da Construção e do Imobiliário. Basta lembrar que a Construção deve à banca quase 40 mil milhões de euros e que o montante dos créditos, ainda não resgatados, concedidos às famílias para aquisição de habitação própria ascendem a 114 mil milhões de euros. São mais de 150 mil milhões de euros cujo resgate depende muito do bom funcionamento dos mercados.

Acresce, como ainda há dias ouvimos a economistas de grande prestígio, que Portugal, seja qual for o cenário que escolha para o futuro, a médio e a longo prazo, ainda precisa, para crescer, de mais construção e de mais obra pública, nomeadamente em infraestruturas necessárias aos grandes fluxos de pessoas que esperamos cativar para aceder a uma fatia do bolo das transações globais.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 30 de Janeiro de 2012 no Jornal i

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