Depois dos anos de estagnação motivados pela crise económica que se viveu no País, o sector imobiliário assiste finalmente à sua retoma, que apesar de estar a ser levada a cabo a velocidades diferentes nas diferentes regiões do País, tem sido um dos grandes motores para a dinamização da nossa Economia.

Lado a lado com o sector do Turismo, com quem o casamento feliz é inegável e se reflete no desempenho que ambos os sectores têm vindo a ter no panorama económico nacional, o imobiliário tem sido um dos grandes impulsionadores para a criação de receita e de emprego em Portugal por via do investimento que é feito neste segmento, não só por estrangeiros mas também por cidadãos nacionais.

Um dos principais impulsos para a retoma do sector imobiliário prendeu-se com a procura e confiança que os estrangeiros passaram a ter no nosso imobiliário, e que contaminou positivamente o mercado interno. Esta procura e confiança foi acentuada não só pela criação de programas de captação de investimento, como o Programa de  Autorização de Residência para Atividades de Investimento (ARI) ou o Regime Fiscal para Residentes Não Habituais, mas também pelo trabalho de formiguinha que os agentes do sector levaram a cabo nos anos de crise, em que apostaram na sua formação e modernização para atuarem em novos mercados, de acordo com os novos paradigmas a que a Economia obrigou.

Hoje, os frutos deste trabalho estão a ser finalmente colhidos, com benefícios para toda a Economia. Só para 2016, a APEMIP estima que o investimento estrangeiro no imobiliário represente cerca de quatro mil milhões de euros, dos quais 70% das transações são da responsabilidade dos mediadores.

Esta relevância reflete-se também no prestígio e credibilidade dos agentes do sector, nomeadamente dos mediadores imobiliários, que tem sido essencial para minimizar os impactos da crise que se viveu em Portugal.

Tal desempenho, obriga a um grau de responsabilização cada vez maior para todos os que operam no mercado, por forma a garantir a credibilidade do sector, e a APEMIP está hoje preparada para assumir esta responsabilidade, através da sua transição para uma eventual Ordem ou Câmara dos Mediadores Imobiliários, com competências para formar, fiscalizar e sancionar os operadores que atuam ilegalmente no mercado e que, por vezes, denigrem a imagem de todos os que trabalham para fazer da mediação imobiliária uma maior e melhor classe. 

A importância e o potencial do imobiliário português são inegáveis, pelo que é importante olhar para este mercado como uma alternativa segura e fiável, capaz de captar investimento, nacional e estrangeiro.

Por estes motivos a APEMIP acredita que está na hora de voltar a discutir a hipótese da Autorregulação do sector que representa e a defender esta bandeira,  que não é mais do que reclamar um direito que já lhe deveria ter sido assistido, em prol de um setor imobiliário mais justo, transparente e benéfico para todos.

Luis Lima
Presidente da APEMIP
luislima@apemip.pt

Publicado no dia 19 de Outubro de 2016 no Público

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