As agências, concretamente a Standard & Poor’s, a Moody’s ou a Fitch, para citar apenas as avalistas mais conhecidas, já não são o que eram nem conseguem disfarçar a perda de credibilidade iniciada com a não descoberta da bancarrota da Islândia.

Depois deste fiasco, nunca cabalmente explicado, as agências desataram a atacar os países europeus da periferia, à conta dos malditos défices, embandeiraram em arco com as injeções vitamínicas aplicadas nos sistemas financeiros, pediram austeridade e agora clamam o contrário.

Talvez tenha chegado a hora de podermos rir. O riso de quem, pertencente ao grupo dos chamados países da Europa do Sul, grupo que para as agências não passa de uma espécie de epicentro geográfico da malandragem, vai confirmando razões com efeitos retroativos.

Neste início de ano, uma das agências (a que tem um &, bem comercial, no nome, julgo eu) reconheceu que a crise é global, pelo menos global na zona Euro, e também já começou a defender a ideia da falência das atuais políticas de austeridade, demasiado excessiva para proporcionar crescimento.

Essa agência baixou a cotação do Fundo Europeu de Equilíbrio Financeiro, instância que contribuiu para as vitais injeções aplicadas nos sistemas financeiros. Compreensível se, pensando melhor, reconhecermos que também por essas bandas há muita gente que cospe no prato onde come.

Fraquezas que, apesar de tudo, devemos agradecer pois mostram o verdadeiro ADN destes “players” do sistema.

Luís Lima

Presidente da APEMIP

luis.lima@apemip.pt

Publicado no dia 08 de Fevereiro de 2012 no Diário Económico

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